Coimbra

Precariedade habitacional, laboral e transportes na origem do aumento de casos de covid-19 em Loures

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 12-06-2020

A precariedade habitacional, laboral e a necessidade de utilização de transportes públicos são as principais causas para o aumento das infeções no concelho de Loures, anunciou hoje o município, indicando que se registam 500 casos ativos.

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O município de Loures, no distrito de Lisboa, é um dos concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo que registam mais casos positivos da covid-19, com um total acumulado de 1.383 desde o início da pandemia.

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No entanto, numa conferência de imprensa realizada ao final da manhã, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), ressalvou que desses casos se mantêm ativos 33%, ou seja, cerca de 500.

O autarca explicou que existe no terreno uma equipa de trabalho, composta por elementos da Saúde Pública, Segurança Social e Câmara Municipal, e que “todos os focos estão identificados”, assim como “as medidas necessárias para os controlar”.

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Relativamente às razões para o aumento de casos, os responsáveis apontam para as situações de precariedade habitacional e social e para a necessidade de utilização de transportes públicos.

“Estamos a falar de uma população ativa que trabalha. A subsistência acaba por ser mais forte do que o confinamento. Confirma-se que não estamos todos no mesmo barco e que as condições sociais são um fator agravante da covid-19”, apontou.

Sobre os transportes públicos, o autarca de Loures ressalvou o facto de a população do concelho estar “muito dependente do transporte rodoviário” e criticou a redução da oferta.

“Parece-nos que o Estado, em vez de apostar no ‘lay-off’, devia usar essa verba para reforçar o serviço de transportes públicos. Precisamos de ter esse reforço no terreno”, defendeu.

Por outro lado, no sentido de sensibilizar as populações mais afetadas pela covid-19, Bernardino Soares referiu que a equipa de trabalho já realizou cerca de duas centenas de visitas aos locais mais críticos, onde foram realizados 560 testes, dos quais 25% deram resultado positivo.

A esse propósito, o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Loures e Odivelas, António Alexandre, que também participou na conferência de imprensa, ressalvou que “a testagem não foi aleatória”, mas incidiu nas pessoas que tinham maior contacto com os infetados.

“Se tivesse sido aleatória é que seria preocupante. Estes resultados permitem-nos desenhar uma estratégia e por isso estamos muito confiantes”, sublinhou.

Em relação aos números, o responsável do ACES de Loures e Odivelas adiantou que, dos 1.383 casos registados até ao momento, apenas 18 necessitaram de cuidados intensivos, sendo que a maioria está a recuperar em casa.

Neste momento, as freguesias mais afetadas no concelho de Loures são as uniões de freguesia de Camarate, Unhos e Apelação e de Sacavém e Prior Velho.

Nesta conferência de imprensa participou também a coordenadora da Segurança Social de Loures e Odivelas, Catarina Magalhães.

Portugal regista hoje 1.505 mortes relacionadas com a covid-19, mais um do que na quinta-feira, e 36.180 infetados, mais 270, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

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