Saúde

Portugueses estão a comer o dobro do necessário e de forma ainda mais desequilibrada

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 15-10-2021

Esta sexta-feira, 15 de outubro, foi conhecida a “Balança Alimentar 2016-2020”, um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE), que conclui que o aporte calórico médio diário aumentou face ao último período em análise (2012-2015) e que representa duas vezes o valor recomendado para um adulto com um peso médio saudável. A Ordem dos Nutricionistas considera os dados “assustadores” e pede ação urgente ao Governo, exigindo que a política interministerial de promoção de uma alimentação saudável tenha mais ritmo e intensidade para acabar com as escolhas erradas que têm resultados nefastos para a saúde dos portugueses.

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O aumento do aporte calórico é acompanhado por desequilíbrios graves, como o elevado consumo de carne – os portugueses comem quatro vezes mais carne do que aquela que é recomendada. A gordura na alimentação nacional também se mantém elevada e o consumo de álcool é igualmente excessivo.

Do período em análise (2016-2020) salienta-se o reforço da liderança do consumo de água e a redução positiva de consumo de refrigerantes que, para a Ordem dos Nutricionistas, poderá ser o reflexo claro da taxação implementada em 2017 às bebidas açucaradas.

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“Como vemos as medidas intencionalmente desenhadas para combater os problemas baseadas na evidência científica são efetivas. Este tipo de medidas podem e devem ser intensificadas pela Assembleia da República e pelo Governo a quem se exigem ações imediatas pela saúde de todos nós”, salienta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Já no ano do início da pandemia, em 2020, registou-se um ligeiro decréscimo do aporte calórico e um aumento da inatividade física, por força do confinamento. Neste período, a Ordem dos Nutricionistas apresenta novo cartão vermelho, salientando que “a ligeira diminuição das calorias ingeridas durante o ano transato, que ainda assim são muito elevadas face às necessidades, terá pouca expressão, num período marcado por uma diminuição drástica da atividade física.”

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“Apesar da redução das calorias ingeridas, temos de ter em consideração que o gasto energético foi muito diminuto durante o ano transato – já com o REACT-COVID realizado após o primeiro confinamento, tivemos conhecimento que a atividade física tinha diminuído. Estamos a aguardar com expectativa os resultados do segundo REACT-COVID. Salientamos que é essencial que se inicie um estudo alargado ao estado de saúde dos portugueses no período pós-pandémico, nomeadamente através de uma avaliação do estado nutricional da população portuguesa”, afirma Alexandra Bento.

Recorde-se que a Balança Alimentar Portuguesa é um instrumento analítico de natureza estatística baseado na oferta de alimentos no território nacional numa perspetiva de consumo aparente, enquadrando as disponibilidades alimentares e a respetiva evolução em Portugal, em termos de produtos, nutrientes e calorias.

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