Portugal

Portugal entre os países europeus que mais consumirá energia para arrefecer

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 29-09-2025

Portugal, Espanha, Grécia e Itália podem chegar a consumir 71% do total de energia na União Europeia (UE) utilizada para arrefecimento de edifícios, por causa do aquecimento global, segundo um relatório divulgado hoje.

De acordo com um relatório divulgado hoje pela Agência Europeia do Ambiente, os problemas para a segurança energética variam na Europa, no entanto, nos países do sul há riscos “cada vez maiores” de ondas de calor, secas e escassez de água.

Estes fenómenos serão responsáveis por alterações nos comportamentos de consumo de energia, nomeadamente os sistemas de refrigeração dos edifícios.

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“No futuro, Grécia, Itália, Portugal e Espanha poderão consumir 71% do total anual de energia utilizado para arrefecer edifícios residenciais na UE”, alertou a Agência Europeia do Ambiente.

No que diz respeito à descarbonização, o desígnio ecológico da União Europeia para as próximas décadas e que está a ser alvo de um debate cada vez mais intenso entre os países do bloco político-económico europeu, Portugal é apresentado como um “bom filho” de Bruxelas e um “exemplo na dianteira” deste objetivo.

Em 2023, as energias renováveis forneceram 73% da energia consumida no país, “posicionando-o como um dos países dianteiros na transição energética”.

“Portugal investiu imenso em energia hidroelétrica e eólica desde o princípio da década de 2000 e nos últimos anos aumentou rapidamente a capacidade da energia solar através de projetos de painéis fotovoltaicos e pela construção de instalações solares em telhados”, acrescentou o documento.

Em 2021, a conclusão do encerramento das centrais que produziam energia a partir do carvão representou “um momento decisivo na redução das emissões” de gases com efeito de estufa.

No entanto, ao nível da União Europeia a situação não é boa.

O relatório da Agência Europeia do Ambiente reconhece que houve “progressos significativos” na redução das emissões de gases com efeito de estufa e na poluição do ar, mas o “cenário não é bom”.

A UE está atrasada nos objetivos a que se propõe e a natureza “continua a sofrer degradação, sobre-exploração e perda de biodiversidade”.

As consequências das alterações climáticas também estão a acelerar e são “um desafio imperativo” – o continente europeu já não é só a região do planeta que mais está a aquecer, há outras consequências que se estão a verificar em simultâneo.

Secas, cheias, ondas de calor, são cada vez mais comuns e prolongam-se por mais tempo e para a diretora executiva da Agência Europeia do Ambiente, Leena Ylä-Mononen, a UE “não pode dar-se ao luxo de reduzir as ambições climáticas, ambientais e de sustentabilidade”.

Citada num comunicado que acompanha o relatório divulgado, Leena Ylä-Mononen diz que face às evidências cientificas corroboradas pela agência “é preciso atuar”.

“Na UE estão as políticas, as ferramentas e o conhecimento, assim como décadas de experiência em trabalho para alcançar os objetivos de sustentabilidade. O que fizermos hoje vai definir o amanhã”, advertiu.

O alerta chega numa altura em que vários setores, por exemplo, o automóvel, e um conjunto alargado de Estados-membros disseram à Comissão Europeia que é necessário refazer os calendários e dilatar os prazos para cumprir as ambições climáticas, em prol da assegurar a competitividade da UE.

A indústria, de maneira generalizada, advertiu Bruxelas de que o ritmo de descarbonização é incompatível com a transformação da indústria, mantendo-a competitiva.

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