Coimbra

Portões trancam becos e travessas da Baixa de Coimbra (com vídeos)

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 27-10-2021

Na Baixa de Coimbra há quatro portões que impedem o acesso às travessas e becos. Quem passar na rua Adelino Veiga encontra dois, os outros dois estão no largo do Romal.

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A situação inusitada levou o Notícias de Coimbra a visitar, esta manhã, a zona histórica da cidade, onde encontrámos espaços públicos que necessitam que alguém abra a porta para entrar.

As estruturas metálicas foram colocadas em 2000, como referiu ao Notícias de Coimbra (NDC), o último presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu, Carlos Clemente, que sustenta que a medida foi tomada por uma questão de segurança.

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Referindo que os “portões foram colocados com a preocupação de segurança em toda a linha, a PSP, os Bombeiros Sapadores têm chaves, bem como os moradores e os comerciantes”.

A título de exemplo, conta o antigo autarca, que na travessa Adelino Veiga habitavam 6 pessoas que demonstravam “medo e que assistiam das suas varandas a cenas não aconselháveis”.

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“Tomamos esta medida (colocar portões) em boa hora, houve alguma frente de força de algumas pessoas, de comerciantes que não queriam, mas nós insistimos e conseguimos alcançar este objetivo, hoje eles reconhecem que foi uma necessidade” frisou, ao NDC, Carlos Clemente.

Reconhecendo que “é caricato numa cidade como Coimbra ter becos e travessas com portões, mas há uma razão que justifica esta colocação: terminar com a “prostituição e toxicodependência” nestes becos que na altura eram habitados, principalmente por pessoas idosas. O outro motivo foi acabar com a “casa de banho” que muitos faziam do beco no Largo do Romal.

O atual presidente da União de Freguesias de Coimbra, João Francisco Campos diz que “faria tudo igual, foi um pedido da população, foi uma necessidade, se todas as situações fossem acauteladas como há 21 anos” , não vê “qualquer problema”.

Admitindo que “estes portões servem para fechar espaços que são públicos, mas que verdadeiramente não têm utilidade para o comum cidadão de Coimbra, tem uma necessidade para as pessoas que o usam e a segurança das pessoas tem que ser maior do que o facto de o espaço ser público”.

“É óbvio que o largo do Romal não pode ser fechado”, mas a quelha contígua “só servia para as pessoas fazerem as necessidades junto a janelas e habitações, e deve ter outro tipo de cuidado, era isso o que eu também faria desde que a lei o permitisse”.

No entanto, o autarca da União de Freguesias de Coimbra frisa “que a lei já mudou muito nestes 21 anos, e hoje seria mais difícil” colocar portões na via pública.

O NDC falou com Fausto Simões que trabalha na rua Adelino Veiga há 42 anos e recorda-se de colocarem o portão na travessa do poeta operário conimbricense, porém diz que não consegue “entender o motivo”, reforçando que “não resolveu em nada, porque os assaltos continuam”.

Outros lojistas acrescentam que estas zonas “foram fechadas pela junta de freguesia, porque as pessoas serviam-se, à noite, para urinar, entre outras coisas”.

Veja o vídeo do Direto NDC com Carlos Clemente, o último presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu:

Veja o vídeo do Direto NDC com João Francisco Campos, presidente da União de Freguesias de Coimbra:

Veja o vídeo do Direto NDC da travessa Adelino de Veiga:

Veja o vídeo do Direto NDC do beco da rua Adelino de Veiga:

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