Politécnico de Coimbra apoia implementação de projeto que evita fogos

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 30-10-2017

 O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) vai apoiar a implementação de um projeto internacional inovador, que visa evitar os incêndios florestais em Portugal, através da valorização dos produtos florestais e do financiamento dos proprietários dos terrenos.

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O protocolo entre o IPC e o Programa Portugal Mata Viva será assinado às 11:00 de terça-feira e serve para implementar em território nacional o mesmo programa existente no Brasil.

“Não há fogos florestais nas zonas geridas pelo Programa Brasil Mata Viva. Este projeto quer implementar o mesmo modelo em Portugal, para contribuir para o fim dos fogos florestais, através da valorização dos produtos florestais e do financiamento dos proprietários dos terrenos, numa lógica de desenvolvimento sustentável do território”, informa.

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O IPC vai dar apoio técnico-científico à implementação do Programa, validando metodologias de certificação de preservação ambiental e dos modelos de negócio a desenvolver.

“O programa Portugal Mata Viva pretende financiar projetos de preservação ambiental, através da inscrição dos proprietários, da avaliação do valor ambiental dos terrenos e da floresta nativa existente, e da emissão de ativos gerados mediante esse valor”, esclarece.

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O processo baseia-se “na existência de uma plataforma global, onde há o encontro dos diversos parceiros, onde estes ativos da floresta são geridos”.

“No caso do Estado de Goiás, Brasil, chama-se Plataforma Tesouro Verde e é reconhecida e administrada pelo poder público de Goiás e envolve mais de 40 instituições”, acrescenta.

De acordo com o presidente do IPC, Jorge Conde, o projeto “Portugal Mata Viva” é uma fórmula testada já no Brasil e pretende contribuir para minimizar o problema dos incêndios em Portugal.

“De facto, pretende fazê-lo de forma indireta, porque o que faz de forma direta é voltar a colocar as pessoas no interior do país e nas ações económicas ligadas à floresta”, explica.

O Programa Portugal Mata Viva pretende replicar o modelo desenvolvido no Brasil, com o nome Brasil Mata Viva, que nos últimos dez anos “tem contribuído para a valorização ambiental, a redução do êxodo das populações e a diminuição dos fogos florestais, nas áreas onde está implementado”.

Tem como objetivo “criar condições para que as pessoas que vivem próximo da floresta vejam reconhecida a sua atividade económica e de conservação”.

Para o responsável pelo projeto em Portugal, José Manuel Almeida, os acontecimentos recentes dos incêndios florestais em Portugal demonstram “a necessidade de um debate sobre esta problemática”.

“Dando valor à preservação ambiental, fazemos com que as pessoas se fixem no interior e cuidem da sua floresta. Podemos implementar metodologias de preservação ambiental, mantendo as populações nos seus territórios e preservando a cultura local”, afirma o responsável, explicando que este valor para a preservação ambiental é definido através de certificadores ambientais, reconhecidos pela ONU e organizações internacionais.

O Programa Portugal Mata Viva pretende envolver todos aqueles que podem ajudar a sustentar o ambiente – pessoas, entidades locais e regionais, parceiros académicos, entre outros.

“Todos ganham, o dono do terreno, a comunidade, a autarquia e o país. Se todos tomarem conta da sua floresta para preservar os seus ativos, a floresta não arde”, concluiu.

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