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Poème du soir

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 11-10-2013

 Quatro peças inéditas de António Fragoso são estreadas no sábado, num concerto em Coimbra, intitulado “Reencontro com António Fragoso”, no Teatro Académico Gil Vicente.

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“Poème du soir”, que será interpretado pela pianista Irene de Juan Bernabéu, e três Mazurcas, que serão tocadas pela pianista Magdalena Haubb, são os quatro inéditos que se irão ouvir pela primeira vez no concerto previsto para as 21:30.

No sábado “vai ouvir-se novamente a música de câmara de António Fragoso, o que não acontecia na cidade há cerca de 45 anos”, disse à Lusa Eduardo Fragoso, da Associação de Amigos de António Fragoso (AAAF), que promove a iniciativa.

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Segundo Eduardo Fragoso, do compositor falecido há cerca de 95 anos, foram encontrados 15 inéditos para piano e quatro para coro.

O maestro Pedro de Freitas Branco afirmou que “António Fragoso tinha a envergadura necessária para se tornar o maior compositor português de todos so tempos”, e referiu-se ao criador como “um génio”, tendo realçado que era “um músico intelectual”.

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O concerto de sábado abre com uma introdução da pianista Margarida Prates que, em quinze minutos, e a partir da correspondência de António Fragoso, traçará o seu percurso biográfico. O compositor, natural de Pocariça, no concelho de Cantanhede, viveu entre 1897 e 1918, ano em que morreu vítima da chamada Gripe Espanhola, tendo deixado 530 páginas de música.

Margarida Prates e a violinista Maria Balbi interpretaram em seguida a Sonata inacabada, de Fragoso, a sua última peça. Do programa do concerto contam ainda três canções do “Sol Poente” e dois “Poèmes Satirnines”, interpretados pela soprano Leonor Barbosa de Melo, acompanhada ao piano por Pedro Lopes.

O pianista Manuel Araújo toca em seguida os Prelúdios II, III, IV e V, de Fragoso, o Nocturno em Ré bemol Maior e, na segunda parte do concerto, a “Petite Suite”.

O programa inclui ainda a interpretação do Trio opus 2, pelo Babel Trio, que é composto por Margarida Prates, Maria Balbi e o violoncelista Guenrich Elessine. O Trio opus 2 é apontado como “a melhor obra de António Fragoso”, como afirmou o crítico musical Paulo Ferreira.

O concerto encerra com a leitura, pelo ator João Janica, da “Elegia a António Fragoso”, que António Correia de Oliveira escreveu em 1940, quando Helena Sá e Costa organizou, no Porto, a primeira homenagem ao compositor e pianista, seguindo-se a interpretação de “Canção da despedida”, de Fragoso, pelo coro Alma de Coimbra.

A AAAF tem em projeto várias iniciativas, nomeadamente a edição, revista e anotada, da obra integral de António Fragoso e abriu, recentemente, em Coimbra e em Cantanhede, a Academia de Música António Fragoso. No polo de Coimbra é lecionado órgão, cravo, pianoforte e cultura musical; em Cantanhede, música coral, sopros e iniciação ao piano.

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