Coimbra
Poder local com famílias e amigos “solidariamente presentes” no Réveillon sem público de Coimbra
A polémica começou quando Carlos Cidade postou uma espécie de teaser no Facebook onde se pode ler: Nem quero acreditar!!! Festas privadas, pelos vistos privativas, no Convento S. Francisco???. Sabe-se agora que o ex-líder do PS conimbricense está a referir-se a José Manuel Silva. Confrontado pelo Notícias de Coimbra, o líder da autarquia confirma que ele, dois vereadores, as respetivas famílias e um casal amigo estiveram “solidariamente presentes no concerto de fim de ano” e diz que o socialista publicou uma “informação” indefinida. “Lamentavelmente confirma-se a minha desconfiança!”, responde anterior vice-presidente.
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A publicação do antigo vice-presidente da autarquia gerou uma série de comentários nas redes sociais e alguns telefonemas para a redação do Notícias de Coimbra.
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As perguntas e as respostas iam sempre dar ao mesmo: Diziam que o Presidente da Câmara e os vereadores da maioria estiveram com as famílias numa festa privada na noite de Réveillon no Convento São Francisco.
Recordamos que José Manuel Silva cancelou a festa de fim de ano, que até 2020 se realizou na Baixa da cidade, para, sem a presença de público, efetuar uma transmissão em direto do Convento São Francisco para as redes sociais do município, onde atuaram os Quinta do Bill e os DJs Pedro Carrilho e Rui Tomé.
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Com este formato a CMC disse que ia gastar 42.705,60€ (IVA já incluído), sendo que o montante previsto para o habitual “formato rua” seria de cerca de 180 mil euros. Afiançou que o dinheiro que não foi investido na festa de fim de ano será canalizado diretamente para os SMTUC.
Notícias de Coimbra quis saber se é verdade ou mentira que o novo poder local entrou neste 2022 pandémico em modo presencial no espaço municipal.
A autarquia liderada por José Manuel Silva teve a gentileza de responder que “Naquele jeito maldizente e mal assumido de quem não sabe estar na política de forma educada, construtiva e frontal, comprometendo o Partido Socialista no pior que a política tem, o senhor vereador Carlos Cidade publicou no seu facebook pessoal uma “informação” indefinida com a seguinte pergunta: “Festas privadas, pelos vistos privativas, no Convento de São Francisco???”
“Naturalmente, como é nossa obrigação, perguntámos formalmente e por escrito ao responsável do Convento se “desde a tomada de posse do novo executivo camarário, ocorreu algo no Convento de São Francisco que possa ser considerado como ‘festa privada ou privativa’, ou se faz alguma ideia daquilo a que o senhor vereador possa estar a referir-se”, enviando-lhe um print dessa publicação. Recebemos a sua pronta resposta, que aqui reproduzimos: “Não tenho conhecimento de que, até à data, tenha tido lugar no CSF qualquer “festa” que possa ser entendida como “privada ou privativa”, acrescenta o edil.
“Entretanto, a responsável da comunicação da Câmara recebe por SMS uma pergunta do jornalista Fernando Moura a questionar se seria verdadeira a mensagem que recebeu de várias pessoas do PS a dizer que o senhor presidente com os vereadores e família tinham estado numa festa privada na noite de fim de ano no Convento”, sublinha o autarca.
“Parecendo haver uma ligação entre estas duas circunstâncias, cumpre-nos responder à pergunta colocada pelo jornalista Fernando Moura com toda a transparência”, adianta o novo inquilino da 8 de Maio.
O eleito começa por afirmar que “”A resposta é muito simples: não, a mensagem recebida do PS não é verdadeira”.
Acrescentado: Todo o processo de organização das festas de fim de ano é conhecido. Mantendo-se o fogo de artifício, a razão das festas terem sido canceladas e a componente musical ter sido restringida à transmissão em streaming dos Quinta do Bill e de dois DJ, com os concertos realizados à porta fechada, é sobejamente conhecida e justificada.
Salienta que “para o Convento poder funcionar e fazer a transmissão, alguns dos seus funcionários estiveram obrigatoriamente presentes no local”
Chegados a este ponto, admite que o “Presidente da Câmara, o vice-Presidente da Câmara e a vereadora Ana Bastos estiveram solidariamente presentes no local até ao termo dos concertos”.
“A vereadora Ana Bastos foi acompanhada do marido e das suas duas filhas. O Presidente da Câmara foi acompanhado pela sua companheira (com quem dançou um pouco ao som de um dos DJ) e filhos e por um casal amigo em cuja casa jantou e com quem passa o fim de ano há cerca de 20 anos. O vice-Presidente da Câmara ausentou-se antes da meia-noite”, pormenoriza José Manuel Silva.
O médico revela que à meia-noite abriram-se garrafas de espumante e todos os presentes brindaram a 2022, artistas, trabalhadores, autarcas e família”.
José Manuel Silva tem o bom hábito de colocar nas redes sociais imagens do seu” trabalho de 36h/dia por Coimbra”, mas o NDC não encontrou fotografias para mais tarde recordar o brinde solidário.
O Presidente da CMC entendes que “Satisfeita a curiosidade política provinciana do vereador Carlos Cidade, quiçá de mais algumas pessoas, e o interesse do jornalista Fernando Moura, parece-nos que este acontecimento não terá nenhuma relevância política para a cidade de Coimbra e que nada há que se pode nomear de “festa privada”.
As necessidades, os interesses, os projetos e a dignidade de Coimbra estão bem mais acima destas vãs tentativas de insinuação e calúnia por parte de um ex-vice-presidente da Câmara, do qual se esperaria um modo de estar mais próprio da tradição e probidade de Coimbra e um outro nível de preocupações, remata o líder do Município, antes de concluir que “pela nossa parte, continuaremos a trabalhar tranquila e intensamente pelo desenvolvimento de Coimbra”.
“Lamentavelmente confirma-se a minha desconfiança! Quem tem responsabilidades públicas devia dar bons exemplos, neste caso é muito mau exemplo, o que lamento infelizmente!”, afirmou Carlos Cidade, depois de ter lido a resposta de Silva publicada em 1ª mão pelo NDC.
O Notícias de Coimbra não tem como objetivo “checar” a postura “privada” dos nossos políticos, no entanto, não é necessário recorrer ao polígrafo para afirmar que, através da missiva de José Manuel Silva, ficamos a saber que os 3 primeiros eleitos da coligação Juntos Somos Coimbra estiveram no Convento São Francisco na noite de fim de ano. Dois foram com a família. Um levou amigos. Dois brindaram no local.
A festa não era privada? Era municipal. Sem público na sala, mas com a participação “solidária” de autarcas, família e amigos.
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