Economia

Poder de compra em Portugal diminui

Notícias de Coimbra com Lusa | 59 minutos atrás em 22-10-2025

Portugal desceu uma posição no ‘ranking’ de poder de compra, ocupando o 22.º lugar entre 42 países europeus, mas o rendimento disponível dos portugueses aumentou 15,7%, aproximando-se gradualmente da média europeia, segundo um estudo divulgado hoje.

De acordo com o estudo “Purchasing Power Europe 2025” da GfK/NIQ Geomarketing, que analisa a evolução do poder de compra em 42 países europeus, o poder de compra em Portugal é de 16.943 euros ‘per capita’.

Embora o país tenha descido uma posição no ‘ranking’, para o 22.º lugar, o rendimento disponível dos portugueses aumentou 15,7% face ao ano anterior, aproximando-se gradualmente da média europeia de 20.291 euros.

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“O resultado traduz uma recuperação do consumo e uma evolução positiva dos salários, ainda que Portugal permaneça afastado dos países com maior poder de compra”, aponta a GfK/NIQ Geomarketing.

O estudo revela alterações na distribuição regional do poder de compra no país, com Oeiras a destronar Lisboa na liderança do ‘ranking’ nacional, com 26.863 euros ‘per capita’, surgindo agora a capital no segundo lugar, com 26.161 euros.

O ‘top’ cinco nacional fica completo com Cascais (23.958 euros), Alcochete (23.375 euros) e Vila do Porto (22.046 euros).

Já o Porto, Coimbra e Mafra mantêm-se entre os 10 concelhos com maior poder de compra, todos acima dos 20.000 euros ‘per capita’, enquanto municípios do interior como Vinhais (9.406 euros) e Benavente (16.985 euros) surgem no extremo oposto, “significativamente abaixo” da média nacional.

Apesar da tendência de redução gradual das taxas de inflação na União Europeia, que deverão fixar-se em 2,3% em 2025 face aos 2,6% de 2024, o estudo nota que “o custo de vida em Portugal permanece elevado, sobretudo devido aos aumentos em habitação, energia e alimentação, o que continua a condicionar o poder de compra real das famílias”.

“Apesar da melhoria nominal dos rendimentos, o avanço face à média europeia continua limitado, refletindo os desafios estruturais da economia portuguesa. O peso das despesas essenciais e as assimetrias regionais permanecem determinantes, com uma clara concentração do rendimento nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”, sublinha o diretor-geral da GfK/NIQ em Portugal, António Salvador, citado num comunicado.

A nível europeu, os cidadãos dispõem, em média, de um rendimento de 20.291 euros por habitante, um aumento nominal de 4% face ao ano anterior, totalizando 13,9 triliões de euros disponíveis em poder de compra.

O Liechtenstein (71.130 euros), a Suíça (53.011 euros) e o Luxemburgo (38.929 euros) lideram o ‘ranking’, com rendimentos entre 1,9 e 3,5 vezes acima da média europeia, enquanto o Kosovo, a Bielorrússia e a Ucrânia continuam a registar os níveis mais baixos, com este último país a situar-se 15% abaixo da média europeia.

Ainda assim, o estudo dá conta de uma “tendência de convergência gradual entre as economias europeias”, com as regiões da Europa Central e do Leste a apresentarem crescimentos acima da média, que reduzem progressivamente a distância face ao Ocidente.

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