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Justiça

PJ do Centro deteve suspeito de rapto de menor desaparecida há oito meses  

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 31-01-2023

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou hoje a detenção, em Évora, de um homem suspeito do crime de rapto de uma menor há oito meses na cidade de Leiria, que já foi entregue à família.

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Em comunicado, a Diretoria do Centro da PJ adiantou que a menor foi “dada como desaparecida em finais de maio de 2022 na cidade de Leiria” e que o presumível raptor foi detido em cumprimento de um mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria.

“No seguimento das inúmeras diligências desenvolvidas, em estreita colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Évora, foi possível identificar o suspeito e localizar a menor na sua residência, sita na cidade de Évora, onde, a coberto de uma suposta relação amorosa, este a manteve em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo ‘online’, imaturidade e personalidade frágil”, referiu o comunicado.

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Segundo a PJ, o detido, empregado fabril de 48 anos, vai ser presente às autoridades judiciárias, para a eventual aplicação de medidas de coação.

Fonte da PJ disse à agência Lusa que a menor tinha 16 anos quando desapareceu.

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“A menor foi para a escola normalmente e de repente desapareceu. O que levou de casa foi muito pouco. Não levou documentos de identificação, nem dinheiro. Levou o telemóvel, a consola de jogos e mais dois ou três pertencentes, nada de relevante, e pouca roupa”, declarou esta fonte.

Na sequência do desaparecimento, foi feita participação na Polícia de Segurança Pública de Leiria.

Ainda de acordo com este responsável da PJ, a menor e o arguido “estabeleceram contacto e desenvolveram uma relação através de ‘chats’ de jogos ‘online’”, quando aquela ainda tinha 14 anos, “evoluindo para uma relação amorosa até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele”.

Notando que a menor “tinha uma dependência muito intensa do jogo ‘online’”, a fonte da PJ esclareceu que o homem, sem referências criminais, separado, com filhos e socialmente integrado, “a acolheu numa casa em Évora”, de onde não saiu e onde passava a maior parte do tempo num quarto sem luz natural.

Na casa, também vivia a mãe, idosa, do arguido.

Para a PJ, a mãe do suspeito “não teria a noção de todos os contornos” da situação, explicando que, quando alguém ia a casa, a menor, que “terá consentido, ocultava-se no sótão” da habitação.

A fonte salientou que se tratou de uma “investigação extremamente complexa, que recorreu a meios especiais de obtenção de prova, muito meticulosa”.

Este responsável da PJ alertou para os riscos que decorrem destes divertimentos na Internet, “onde circulam todo o tipo de pessoas”, aconselhando atenção aos progenitores e educadores.

Em conferência de imprensa, o diretor da Diretoria do Centro da PJ, Jorge Leitão, afirmou que a menor, apesar de não ter saído de casa, não haverá “nenhum sinal” de que tenha estado na residência obrigada.

“Não temos qualquer elemento que aponte que estivesse fechada em casa”, realçou.

Segundo Jorge Leitão, a vítima “estava tranquila, bem tratada, a fazer aquilo de que gostava, que era o vício do jogo ‘online’”.

Para o diretor da PJ do Centro, o que está em causa neste processo é “a questão do consentimento”.

“A questão que se coloca é essa: se o consentimento foi livre, sério e esclarecido. A investigação está em crer que não”, realçou, apontando para alguma imaturidade da vítima, o facto de ser uma pessoa “de certa forma solitária” e o vício por jogos.

“Tudo isto pode ter ajudado a que concordasse a manter esse relacionamento durante oito meses”, acrescentou Jorge Leitão.

A menor esteve inicialmente sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo devido à situação escolar.

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