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PJ atribui duplo homicídio a recluso em saída precária da cadeia de Coimbra

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 08-07-2020

Um recluso da cadeia de Coimbra aproveitou uma saída precária para matar dois homens “seus conhecidos do ambiente prisional” e ocultar os corpos, conclui a Polícia Judiciária, num inquérito criminal já remetido ao Ministério Público do Porto.

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Em comunicado de hoje, a Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ/Norte) informa que o processo de inquérito se iniciou com a comunicação do desaparecimento, na noite de 01 de julho de 2018, de um homem 38 anos, residente em Gondomar, “com histórico criminal e condenações por crimes contra a vida e tráfico de estupefacientes”.

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O comunicado omite nomes, mas notícias dessa altura davam nota do desaparecimento de um membro do chamado “Gangue de Valbom”, grupo de Gondomar que em 2006 e 2007 assaltou dezenas de ourivesarias e farmácias. O desaparecimento ocorreu após uma deslocação a Viana do Castelo “onde tinha encontro marcado com um condenado por homicídio que conhecera na cadeia de Coimbra”.

A investigação, “de muito elevada complexidade”, permitiu esclarecer que, para além daquele cidadão, dois dias depois desapareceu um segundo indivíduo, de 42 anos, também com residência em Gondomar “e com condenações a elevadas penas de prisão pela prática de crimes contra a vida”.

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Para a PJ/Norte, “as múltiplas e persistentes diligências levadas a cabo durante dois anos permitiram concluir que ambos os desaparecidos foram mortos pela mesma pessoa, com a ocultação dos respetivos cadáveres”, que não foram localizados.

“Foi também possível estabelecer um nexo causal entre os dois homicídios, havendo a convicção segura de que a segunda vítima foi morta por conhecer as circunstâncias do desaparecimento e morte da primeira”, sublinha a polícia.

No comunicado, a PJ/Norte detalha que os crimes se consumaram quando o arguido estava a cumprir pena de prisão no Estabelecimento Prisional de Coimbra.

“Aproveitou uma saída precária de cinco dias para cometer os homicídios dos dois indivíduos, seus conhecidos do ambiente prisional”, relata.

Enquanto decorria o inquérito agora concluído, o arguido foi mais uma vez condenado, desta feita a 11 anos de prisão, pela prática de um crime de tráfico de estupefacientes, consumado no meio prisional, anota a PJ/Norte.

São “factos com ligações aos dois homicídios agora desvendados por esta investigação”, acrescenta.

Em 18 de novembro de 2019, um recluso foi condenado a 11 anos de prisão por liderar uma rede de tráfico de droga para a cadeia de Coimbra.

A decisão de primeira instância foi subscrita “sem reservas”, em 25 março deste ano, pelo Tribunal da Relação do Porto.

Este homem protagonizou em 1995 o massacre de Vila Fria, Viana do Castelo, matando à facada um tio, uma tia e um sobrinho. Já em abril de 2002 consumou três crimes de rapto simples e um de extorsão agravada, em Portuzelo, no mesmo concelho do Alto Minho.

É também o homem que no dia de Natal de 2001 se evadiu, junto ao hospital de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, de uma carrinha celular do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, onde cumpria uma pena de 20 anos de cadeia.

Em 2017, já na cadeia de Coimbra, passou a beneficiar de saídas precárias.

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