Coimbra

Pimenta na língua

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 17-01-2014

 Uma exposição sobre a obra do poeta e “performer” Alberto Pimenta, 77 anos, uma das figuras mais importantes do experimentalismo em Portugal, é inaugurada na terça-feira, na Casa da Liberdade – Mário Cesariny, em Lisboa.

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A mostra, intitulada “Registo(s) de Viver”, é também de homenagem ao artista e escritor, e abre a temporada deste ano do espaço de exposições da responsabilidade do Coletivo Multimédia Perve.

O coletivo decidiu promover a redescoberta de um criador com uma carreira de 50 anos, “pautada pela abrangência de meios de expressão artística e pelo caráter crítico e irreverente”.

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“Pinturas-colagem”, poesia visual, poesia fonética, ficção, crítica, “happenings” e “performances” vão ser exibidos nesta mostra, para evidenciar a diversidade criativa de Alberto Pimenta.

Com curadoria de Carlos Cabral Nunes, a exposição narra o percurso de Alberto Pimenta, nascido no Porto, em 1937, que dedicou a vida à poesia, ao ensaio, à performance e ao ensino universitário.

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Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra e, durante anos (1960-1977), leitor de Português e de Literatura Portuguesa em Heidelberg, na Alemanha, Alberto Pimenta regressou a Portugal, desenvolvendo uma intensa atividade no domínio da criação literária relacionada com os movimentos experimentalistas.

Entre as “performances” que realizou, destacam-se “Homo Sapiens”, em 1977, numa jaula do Jardim Zoológico de Lisboa, e “Homo Venalis”, 1991, num portal de igreja no centro da cidade.

É autor de “O Silêncio dos Poetas” (1978), um estudo sobre o sentido da criação literária ligada aos movimentos de vanguarda, que retomou em 2003, e de espetáculos poéticos, de rádio e televisão, como “Arte de ser Português” (1978-79) e “6 Árias para Cesário” (1986).

“Ascensão de dez gostos à boca”, na poesia, “Bestiário Lusitano”, na prosa, e “A metáfora sinistra”, no ensaio, são outras obras literárias no percurso de Alberto Pimenta, que também investigou e fixou textos de autores dos séculos XVIII/XIX, como Almeida Garrett (“Os doze da Inglaterra”), José Rodrigues da Costa (“O balão ou os habitantes da lua”) ou sátiras anónimas da época, que reuniu na “Musa antipombalina”.

Aberto Pimenta é professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

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