Região

Pesadelo na Pampilhosa da Serra. “Isto hoje vai tudo, não vai cá ficar nada”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 17 minutos atrás em 18-08-2025

O incêndio que começou na passada quarta-feira em Arganil continua a alastrar sem tréguas e já atingiu os concelhos de Oliveira do Hospital, Seia e Pampilhosa da Serra.

Neste momento, a principal preocupação concentra-se na aldeia de Malhada do Rei, onde os moradores vivem horas de aflição perante a aproximação das chamas.

“Era para ser umas férias tranquilas com a família, mas isto é um pesadelo autêntico”, desabafou Luís Almeida ao Notícias de Coimbra. Natural da região, embora atualmente resida fora, Luís desloca-se frequentemente à Pampilhosa da Serra e não esconde o desespero: “Da maneira que o fogo está, não vai ficar aqui nada. O vento só está a atrasar a situação. Já aconteceu em 2005 e agora voltou a acontecer. É uma tristeza, deixa-nos muito tristes, mas não vamos abandonar.”

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A população local, em especial os habitantes de Malhada do Rei, tem estado desde domingo a apoiar os bombeiros na tentativa de travar as chamas. “Tentámos ajudar os nossos vizinhos, mas não foi possível. O fogo está terrível, o vento é enorme e a extensão é incontrolável”, relata Luís.

O medo maior é que a aldeia seja a próxima a ser atingida. “Não temos dúvidas de que Malhada do Rei poderá ser dizimada. Primeiro achávamos que o fogo não ia passar a estrada, mas passou. Agora não há nada a fazer a não ser lutar pelas nossas casas e proteger as pessoas, sobretudo os idosos”, acrescenta.

Enquanto os meios aéreos se revezam na frente de combate, dezenas de moradores permanecem no terreno, em articulação com os bombeiros, para proteger a aldeia. O fumo negro adensa-se e já há registo de áreas devastadas entre Malhada do Rei e Unhais-o-Velho, aproximando-se também da barragem de Santa Luzia.

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