Um novo estudo publicado na JAMA Network Open sugere que a síndrome de pernas inquietas (SPI), conhecida também como doença de Willis-Ekbom, pode ser um potencial fator de risco para a doença de Parkinson.
A SPI é caracterizada por desconforto nas pernas que leva a movimentos constantes, muitas vezes interrompendo o sono. Embora pesquisas anteriores tenham indicado uma possível ligação entre SPI e Parkinson, a relação ainda não estava clara. Ambas as condições envolvem disfunções no sistema dopaminérgico, responsável pelo controle do movimento e alvo de tratamentos similares.
Investigadores sul-coreanos analisaram os registos médicos de 9.919 pessoas com SPI, comparando-os com um grupo de controlo equivalente. Ao longo de 15 anos, os resultados mostraram que os indivíduos com SPI tinham 60% mais probabilidade de desenvolver Parkinson do que aqueles sem a síndrome. No estudo, 1,6% do grupo com SPI desenvolveu Parkinson, contra 1% no grupo de controlo, segundo o Science Alert.
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O estudo também indica que tratamentos comuns para SPI, especialmente agonistas dopaminérgicos, podem reduzir este risco. Pacientes que não receberam tratamento apresentaram maior probabilidade de desenvolver a doença de Parkinson.
Os investigadores destacam que a ligação entre SPI e Parkinson pode envolver fatores biológicos ou ambientais complexos, como deficiência de ferro ou problemas de sono, e não apenas a deterioração da via dopaminérgica.
“Esclarecer esta associação pode melhorar a compreensão da fisiopatologia entre estas duas doenças e abrir caminhos para prevenção ou atraso do aparecimento do Parkinson”, afirmam os autores.
Reforçam que a SPI deve ser vista como um fator de risco, e não um sintoma precoce, e lembram que nem todos os indivíduos com SPI desenvolvem Parkinson.
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