Luís Matias, presidente da Câmara de Penela, reconheceu, hoje, ter accionado a báscula de um camião da autarquia sem possuir habilitação para o efeito, mas afirmou que “voltaria a fazer o mesmo”.
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Ao intervir numa reunião da Assembleia Municipal, o autarca, descartando o cometimento de qualquer crime, alegou haver legitimidade da Câmara para efectuar um movimento de terras, em que ele interveio, e considerou lícito o desempenho da edilidade.
Ao admitir não possuir habilitação para fazer funcionar a báscula de uma viatura de matrícula 46-23-VD, disse, porém, que se sente capaz de accionar determinados veículos.
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Luís Matias estimou em cerca de 4 000 euros a substituição do sistema de basculação. Não foi feita participação à seguradora por não haver cobertura de danos próprios, disse a NOTÍCIAS de COIMBRA João Falcão, chefe do gabinete do presidente da Câmara Municipal de Penela.
“Accionei a báscula com o camião parado”, afirmou o edil, que referiu entender ter prestado colaboração a motoristas que são funcionários da CMP.
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Segundo o autarca, o sistema de basculação sofria de falha mecânica e semelhante percalço já tinha ocorrido, pelo menos, três vezes.
Noutro plano, ao queixar-se de estar a ser caluniado com origem numa alegada difamação divulgada através de mensagem de origem anónima, Luís Matias vaticinou ir saber-se, em breve, quem são os autores.
Para o autarca e jurista, a calúnia partiu de “gente (…) com mesquinhez de carácter”. “Alguém que diz a verdade não se esconde por trás do anonimato”, opinou, acrescentando que no horizonte do próximo ano “hão-de existir mais inverdades e calúnias”.
O assunto, cujo tratamento se prolongou por mais de hora e meia, embora o período de antes da ordem do dia da Assembleia Municipal (AM) esteja limitado a 60 minutos, motivou um debate rotulado de pertinente pelo presidente do órgão de fiscalização da Câmara (PSD), Fernando Antunes, apesar de o anonimato ser uma “forma enviesada” de suscitar a discussão.
Por decisão do seu presidente, a AM começou por não votar um projecto da bancada do Partido Socialista tendente à criação de uma comissão de inquérito, mas acabou por prevalecer uma sugestão de António Mendes Lopes (PS) no sentido de o plenário deliberar inscrever na ordem de trabalhos a votação de uma proposta para a autarquia comunicar os factos ao Ministério Público (entidade titular da acção penal).
Com Luís Matias “receptivo a prestar todos os esclarecimentos”, Antunes indicou que eventuais perguntas por escrito dos membros da AM terão resposta em sessão extraordinária do órgão de fiscalização da Câmara agendada para 13 de Outubro.
O porta-voz da bancada do Partido Socialista disse ter tomado conhecimento na recente Feira do Mel (Espinhal) daquilo que encarou, então, como um rumor.
Neste contexto, Mendes Lopes revelou que a Comissão Administrativa do PS/Penela fez uma participação ao Ministério Público.
Maria Marmé, membro da bancada do PS na qualidade de presidente da Junta da União de Freguesias de S. Miguel, Santa Eufémia e Rabaçal, considerou que é “mau denegrir a imagem de uma pessoa”.
(Atualizada)
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