Desporto

Pedro Roma nunca imaginou “um cenário tão triste” para a Académica

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 16-04-2022

O antigo guarda-redes Pedro Roma disse hoje à Lusa que nunca lhe passou pela cabeça “um cenário tão triste como este”, da descida da Académica à terceira divisão de futebol, e pede uma reflexão sobre o futuro do clube.

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Foram 393 jogos para Pedro Roma na baliza da ‘Briosa’, a que chegou ainda júnior, em 1987, e da qual se despediu em 2010, já depois de fugazes passagens por outros emblemas, entre eles o Benfica, sem o sucesso que ao serviço dos ‘estudantes’ granjeou.

Depois de deixar o clube, embarcou numa carreira como técnico de guarda-redes, sobretudo nas seleções jovens, e é precisamente no “projeto da formação” que coloca a ênfase do processo de reconstrução da “identidade Académica na instituição”.

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Em declarações à Lusa, vê o futuro do emblema de Coimbra como “sempre dependente da total prioridade que for dada” à academia.

“Uma aposta que para produzir talento tem que continuar a ter como prioridade o desenvolvimento de atletas e não uma obsessão por resultados desportivos. Um projeto transversal com uma absoluta coerência e sintonia entre o futebol de formação e o futebol profissional, e uma forte simbiose com as forças vivas da cidade”, descreve.

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Para o antigo guardião, este “é o momento para refletir e devolver a identidade Académica”, dado que “se avizinha um processo eleitoral”, no qual espera ver um projeto vencedor a assentar nos mais novos “a recuperação desportiva”.

Olhando para trás, e para quase 20 anos com a camisola negra vestida, lembra “muitas épocas difíceis, de lutas pela permanência, de subidas e descidas” entre a I e a II Liga, “mas jamais passaria pela cabeça um cenário tão triste como este”.

“Sempre soubemos, nesses anos, manter uma mentalidade e uma identidade forte, através da experiência e valores dos jogadores mais carismáticos da altura. Penso que com o passar dos anos isso se foi perdendo”, comenta.

Assim, o que fazia a ‘Briosa’ “realmente ímpar” está mais distante, pelo que é preciso “voltar mais forte”, algo em que acredita se “a cidade e as forças vivas repensarem a estratégia futura”.

Pela primeira vez em 134 anos de história, a Académica desceu matematicamente ao terceiro escalão do futebol nacional, após 64 presenças na primeira divisão, a quatro jornadas do fim da II Liga, ao somar 16 pontos após 30 jornadas, sem possibilidades de deixar os lugares de descida.

Os ‘estudantes’, vice-campeões nacionais em 1966/67, jogarão a Liga 3 em 2022/23, depois de 88 épocas consecutivas, desde 1934/35, entre a primeira e a segunda divisões do futebol luso, num trajeto que até hoje contava com sete descidas e 24 presenças na divisão secundária.

Esta é a oitava descida da história da Académica, depois de sete do primeiro para o segundo escalão, em 1947/48, 1971/72, 1978/79, 1980/81, 1987/88, 1998/99 e 2015/16.

A histórica vitória na edição 2011/12 da Taça de Portugal, na final do Jamor, reeditou o triunfo da edição inaugural (4-3 ao Benfica, em 1938/39), e deu acesso a uma participação na fase de grupos da Liga Europa, em 2012/13, e a uma vitória também histórica em Coimbra, ante o Atlético de Madrid (2-0).

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