Política

Pedro Nuno Santos considera que Governo PSD/IL já seria “suficientemente radical” sem o Chega

Notícias de Coimbra com Lusa | 6 meses atrás em 13-11-2023

O candidato à liderança socialista Pedro Nuno Santos considerou hoje que a TAP “não é um problema” e não deve haver pressa na privatização, e defendeu que um Governo PSD/IL já teria um projeto “suficientemente radical” sem o Chega.

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Numa entrevista à SIC, no dia em que apresentou a sua candidatura à liderança do PS, Pedro Nuno Santos defendeu que “o projeto do PSD mais IL já é suficientemente radical” para gerar preocupação, “sem a muleta do Chega”.

“A IL tem um projeto radicalmente liberal. Eu diria que um eventual Governo do PSD com a IL seria um Governo mais à direita do que o de Passos Coelho. Passos Coelho, apesar de tudo, não dependeu da IL. Isso terá consequências na governação, como é evidente”, disse.

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Pedro Nuno Santos fez esta afirmação depois de, no discurso de apresentação da candidatura à liderança do PS, esta tarde, ter defendido que “a direita não cumpre as suas promessas, nem faz o que apregoa”.

“Ainda agora nos promete que não fará acordos com a direita populista, racista e xenófoba, quando é precisamente isso que se prepara para fazer”, afirmou.

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Questionado nesta entrevista sobre os motivos para ter esta feito esta afirmação, Pedro Nuno Santos respondeu que esse eventual acordo seria “um problema para a maioria dos portugueses”, sobretudo para os que “se situam no centro político”.

“E esse risco é real, até porque, nos Açores, onde o PS ganhou as eleições, o PSD decidiu fazer uma aliança com vários partidos, ou diferentes acordos com diferentes partidos, um deles o Chega”, indicou.

Interrogado sobre uma eventual reconfiguração da geringonça, Pedro Nuno Santos destacou que o PS se vai apresentar a votos sozinho e bater-se “pelo melhor resultado possível”, e só fará essa avaliação depois, “consoante o arranjo parlamentar que sair das eleições”.

O também antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação foi igualmente questionado sobre a privatização da TAP, tendo respondido que a companhia aérea não é hoje um “problema para o país”.

Segundo Pedro Nuno Santos, a TAP “deu mais de 200 milhões de euros de lucro” nos primeiros nove meses deste ano, o que “não tem precedentes na história” da companhia aérea.

“Por isso, a TAP não é hoje um problema e, portanto, não tem de haver pressa relativamente ao dossiê. Nós temos hoje uma empresa com saúde financeira, do ponto de vista operacional também está muito saudável e bem-sucedida. Por isso, não é um problema para o país”, disse.

Interrogado se se arrepende de, em junho 2022, ter avançado para a opção Montijo-Alcochete como localização do novo aeroporto de Lisboa sem o acordo do primeiro-ministro – o que levou à sua desautorização pública -, Pedro Nuno Santos disse, que na altura, era-lhe “insuportável a ideia de ter de esperar mais um tempo prolongado” para fazer uma decisão quanto a essa localização.

“O país está há 50 anos a tentar decidir a localização do aeroporto. Era para mim insuportável a ideia de nós termos de estudar mais, de ouvir mais, de negociar mais, e por isso há ali um momento de querer que o Governo decida”, disse.

Já relativamente à demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos reconheceu que, se estivesse na pele de João Galamba, ter-se-ia demitido mais cedo, referindo que foi isso que fez quando também esteve “numa situação complicada”, numa alusão à polémica sobre a indemnização da ex-secretária de Estado Alexandra Reis.

Na sequência da demissão de António Costa, além de Pedro Nuno Santos, associado à ala mais esquerdista do PS, vai também candidatar-se à liderança do partido José Luís Carneiro, conotado como pertencendo à ala moderada.

As eleições diretas para a sucessão de António Costa no PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro – em simultâneo com a eleição de delegados – e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.

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