PCP não quer maternidade nos HUC. Prefere construção de duas unidades noutros locais

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 22-04-2018

O PCP de Coimbra reage ao anúncio de fusão das duas maternidade de Coimbra, e da sua inclusão no perímetro do centro hospitalar universitário de Coimbra e defende a construção de raiz de duas maternidades.

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Os comunistas lembram que “nada é dito sobre as intervenções urgentes nas maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos, sendo que a asfixia de meios materiais e humanos tem marcado profundamente estas duas estruturas”.

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“É uma verdadeira fuga para a frente,  quando há problemas urgentes que carecem de solução imediata. Solução que não pode ser adiada para um qualquer projecto, cujos contornos são totalmente desconhecidos”, lamenta o PCP.

Adianta o PCP que a solução a apresentar não tem em conta as preocupações dos profissionais, que colocavam como solução mais viável e mais consequente a recuperação das estruturas existentes e a imediata contratação dos profissionais em falta.

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Esta fusão resulta de critérios economicistas bem perceptíveis no despacho 1897/2017 assinado pelo secretário de estado Manuel Delgado, no qual constava: que a existência de duas maternidades “acarreta uma dispersão de recursos incompatível com a gestão eficaz e eficiente dos recursos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).” Este mesmo despacho criou um grupo de trabalho para apresentar uma solução para a questão das maternidades que integrou a Câmara Municipal de Coimbra, garante o PCP.

Os comunistas relembram ainda que as Maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto realizam cerca de 5000 partos anualmente, a dividir pelas duas em proporções semelhantes, proporcionando um apoio perinatal diferenciado com serviço de Ginecologia/Obstetrícia e Cuidados Intensivos Neonatais”

Isto, apesar da reconhecida carência de profissionais de saúde que tem, desde já, de ser suprida e que não pode ser adiada. E também, apesar da sangria de valências a que foram sujeitas, como, no caso da Bissaya Barreto, a perda de laboratório, farmácia, esterilização e, segundo consta, a possibilidade de perda do Bloco de Ginecologia até Maio deste ano, salienta o PCP.

O PCP denuncia “que qualquer processo, sobretudo se precipitado e apressado, de fusão das duas maternidades – com serviços de qualidade prestados pelos seus profissionais, situadas em espaços apetecíveis – numa única maternidade vem na lógica do que aconteceu com a fusão dos oito hospitais de Coimbra e não serve os interesses de utentes e trabalhadores.

Recordam, a este respeito, o que sucedeu com a (con)fusão que deu origem ao Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, processo ainda hoje repleto de contradições, muitas das quais agravadas com a passagem do tempo”.

O PCP  de Coimbra alerta para que a solução apontada vai na linha de uma excessiva centralização de valências no Bloco Central dos CHUC, sendo de prever mais situações de sobrelotação, de problemas de estacionamento e de falta de capacidade de resposta dos serviços.

Segundo o PCP, a solução para os problemas que se levantam às Maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto é a valorização dos Serviços Públicos e dos seus profissionais e não fundir duas estruturas e introduzi-las num espaço do Bloco Central do CHUC, condenando à incúria o que ainda existe.

O PCP afirma que qualquer linha de resposta urgente ou de resolução dos problemas de fundo destas maternidades não pode ter lugar ao arrepio ou mesmo prejudicando o Serviço Nacional de Saúde, em benefício de interesses privados.

O PCP garante que continuará a intervir no sentido de uma intervenção urgente nas maternidades existentes, bem como a contratação dos profissionais em falta e anuncia que lançará a campanha:
“DEFENDER E VALORIZAR AS MATERNIDADES BISSAYA BARRETO E DANIEL DE MATOS. REQUALIFICAR, EQUIPAR E CONTRATAR PROFISSIONAIS! DEFENDER O SNS DOS INTERESSES PRIVADOS!”.

A campanha contará com uma linha de comunicação com a população, com os utentes e profissionais das Maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos e constituirá uma forma de levar mais longe as preocupações que o PCP tem reflectido na sua intervenção na Assembleia da República e também nos órgãos autárquicos do Concelho de Coimbra.

O PCP defende que tendo em conta as “características de cada uma das atuais maternidades, o seu historial, o desenvolvimento de prestação de cuidados de qualidade e humanizados, o desejável será até a construção de raiz de duas maternidades, de forma a proporcionar, para além das condições de excelência técnica, um ambiente arquitectónico e hoteleiro moderno e funcional que volte a colocar esta área do Serviço Nacional de Saúde, em Coimbra, na vanguarda da prestação dos serviços obstétricos à população, que assim não necessitará de pagar serviços privados para conseguir essas condições”.

“Urge realizar nestas duas maternidades as intervenções e as obras de beneficiação urgentes que travem, desde já, a sua degradação. Urge modernizar as instalações e serviços, assegurar a qualidade e a segurança, suprir a carência de médicos, enfermeiros, auxiliares e administrativos e outros técnicos, dando aos profissionais todas as condições que permitam assegurar a sua actividade e o exercício pleno das suas funções”, conclui o PCP.

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