Política

PCP alerta para dificuldade de manter assistentes operacionais nos hospitais

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 26-04-2021

O PCP alertou hoje para a “dificuldade” que os hospitais têm em manter assistentes operacionais, “pessoas qualificadas e especializadas para a área da saúde, mas que não veem as suas carreiras reconhecidas”, disse hoje a deputada Diana Ferreira.

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Em declarações à agência Lusa depois de terminar um conjunto de reuniões com os conselhos de administração de quatro hospitais do Grande Porto, Diana Ferreira afirmou que o PCP pretende dirigir uma pergunta ao Governo sobre “a progressão de carreiras dos assistentes operacionais”, lamentando a “grande rotatividade no setor que prejudica os cuidados à população”.

“Sobre a situação dos assistentes operacionais, foi-nos dito hoje e é algo transversal aos vários hospitais visitados, que são pessoas determinantes na resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas há uma dificuldade significativa de os manter ou conseguir ter pessoas disponíveis e a concorrer aos vários concursos que são lançados”, disse a deputada.

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Diana Ferreira disse que em causa estão “trabalhadores que ganham valores muito próximos do salário mínimo nacional e têm uma exigência significativa no âmbito hospitalar”, traduzindo-se em “pessoas essenciais, qualificadas e especializadas”.

“É uma carreira que não é de todo valorizada e isso tem repercussões na motivação destes profissionais. Há trabalhadores que são colocados, mas encontrando um emprego melhor ou um salário mais elevado, acabam por sair”, disse a deputada.

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A “exigência física” desta profissão ou “a ausência de perspetivas de carreira e futuro” foram outros dos aspetos apontados pelo PCP sobre uma profissão que já foi designada de “auxiliar de ação médica”, mas agora é “genericamente englobada no termo ‘assistentes operacionais’”, criticou Diana Ferreira.

“A criação desta carreira única fez com que se criasse a falsa ideia de que são trabalhadores indiferenciados. Os assistentes nos hospitais e centros de saúde têm funções diferenciadas, os das escolas são auxiliares de ação educativa e são especializados em escolas, os motoristas de serviços públicos, têm outra especialização”, defendeu a deputada comunista.

Diana Ferreira falava à Lusa em nome dos deputados eleitos para a Assembleia da República pelo círculo do Porto do PCP que visitaram hoje os Hospitais de São João e de Santo António, no Porto, bem como o Pedro Hispano, em Matosinhos, e o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.

Além da questão dos assistentes hospitalares, o PCP mostrou preocupação com “carências estruturais que se arrastam há vários anos” em várias outras profissões, incluindo enfermeiros e técnicos superiores.

“Houve uma contratação extraordinária de profissionais por causa da [pandemia da] covid-19. Fizeram-se contratos para um curto espaço de tempo, mas o que se verifica é que [estes profissionais] são necessários não só para os surtos epidémicos e para os picos, mas para todos os dias no SNS. Devem manter-se hoje, daqui a um ano e para futuro, garantindo uma resposta de continuidade”, defendeu a deputada.

As visitas também serviram para o PCP pedir aos conselhos de administração pontos de situação quanto a obras, nomeadamente no que se refere à Face C do plano global de requalificação do Hospital de Gaia e à ala pediátrica do Hospital de São João.

“A obra de Gaia arrasta-se há mais de 10 anos”, lamentou a deputada que sobre este projeto não obteve garantias de prazos, enquanto sobre a ala pediátrica do São João disse saber que “estará pronta em outubro ou novembro”.

Outro dos temas abordados e que suscitará perguntas à tutela por parte do PCP são os chamados casos sociais, ou seja pessoas internadas nos hospitais que têm alta clínica, mas por não terem retaguarda na família ou na rede social se mantêm internadas.

Os comunistas alertam que “a covid-19 veio introduzir respostas excecionais para abrir camas nos hospitais, respostas que envolveram a rede local e a Segurança Social”, as quais exigem que se mantenham no pós-pandemia.

“Não se pode retroceder para um momento pré-covid. São casos sociais e muito mais do que camas ocupadas. São pessoas que, internadas, ficam expostas a riscos”, concluiu.

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