Portugal

Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza de Arquitetura soma 34 mil visitantes

Notícias de Coimbra com Lusa | 6 meses atrás em 22-11-2023

Imagem: Reprodução Facebook @Direção-Geral das Artes

O pavilhão de Portugal na 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza foi visitado por cerca de 34 mil pessoas, desde a abertura, a 20 de maio, anunciou hoje a Direção-Geral das Artes (DGArtes).

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Contactada pela agência Lusa sobre o balanço de visitantes da representação portuguesa no certame dedicado à arquitetura contemporânea, que termina no domingo, fonte da DGArtes indicou ainda que o pavilhão português vai organizar um programa de conversas e visitas no fim de semana de encerramento, de entrada livre.

O Pavilhão de Portugal – que nesta edição voltou a instalar-se no Pallazzo Franchetti, situado na margem do Grande Canal de Veneza – acolhe o projeto “Fertile Futures”, sobre sete casos do território português, com curadoria da arquiteta Andreia Garcia, e curadoria adjunta de Ana Neiva e Diogo Aguiar.

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Na sexta-feira, das 11:00 às 13:00, será apresentada a edição especial da revista Umbigo dedicada ao projeto “Fertile Futures”, reunindo numa conversa a curadora Andreia Garcia, os editores António Néu e Elsa Garcia, a coordenadora editorial Patrícia Coelho e a dupla de artistas Daniel Moreira e Rita Castro Neves.

A coedição fundamental com a plataforma e revista Umbigo “procura refletir sobre o futuro, a gestão dos recursos hídricos, a fertilidade, as fronteiras geográficas desenhadas pelos corpos de água e as práticas ancestrais de partilha e zelo pelo meio ambiente”, segundo um texto da DGArtes.

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O convite lançado a artistas, coletivos, curadores e investigadores conta com a participação de quatro autores – Michael Marder, Joana Passi de Moraes, Pedro Gadanho, Yarden Manelzon -, dos artistas Buhlebezwe Siwani, Miguel Teodoro, Nuno Vicente e Reena Kallatt, da dupla Daniel Moreira e Rita Castro Neves e do Coletivo Guarda Rios.

Esta coedição é lançada simultaneamente em português e inglês, sendo distribuída internacionalmente.

No sábado, entre as 16:00 e as 18:00, o projeto promove uma última visita guiada à exposição com os curadores, e será apresentado o documentário “Contemporary Dialogues – Fertile Futures”, realizado pelo Canal180, com direção do realizador chileno Joaquín Mora, que reúne o momento inaugural da exposição em Veneza, registos das cinco Assembleias de Pensamento e do Seminário Internacional de Verão.

Inclui igualmente entrevistas com diversos elementos do projeto “Fertile Futures”, curadora-geral, curadores adjuntos, equipas de arquitetura, especialistas, consultores e consultoras.

O “Fertile Futures” criou equipas com um ateliê de arquitetura e um especialista de outra área disciplinar para cada uma das sete hidrogeografias selecionadas para o projeto: a Bacia do Tâmega, (equipa ateliê Space Transcribers e o geógrafo Álvaro Domingues), o Douro Internacional (arquiteta Dulcineia Santos e o engenheiro civil João Pedro Matos Fernandes), o Médio Tejo (arquiteta Guida Marques e a engenheira do Ambiente Érica Castanheira), a Albufeira do Alqueva (ateliê Pedrez Studio e a arquiteta paisagista Aurora Carapinha), o Rio Mira (Corpo Atelier e a antropóloga Eglantina Monteiro), a lagoa das Sete Cidades, na Ilha de São Miguel, Açores (Ilhéu Atelier de arquitetura e o geógrafo João Mora Porteiro), e as Ribeiras Madeirenses (Ponto Atelier e Ana Salgueiro Rodrigues).

“A escassez de água doce é um problema global com manifestações dramáticas no território português. Repercute-se no alargamento dos períodos de seca extrema e aumento do calor, agravamento de aridez dos solos, risco de incêndio, e, ao mesmo tempo, cheias e inundações que vivemos recentemente”, alertou a arquiteta Andreia Garcia sobre a motivação do projeto, em entrevista à agência Lusa, em janeiro.

Andreia Garcia considera “urgente a discussão pública sobre a proteção, gestão e futuro deste recurso natural”, sobretudo pelos problemas vividos em várias regiões do território nacional, a partir dos quais o projeto selecionou sete casos reais.

Nesta abordagem encontra-se o “contributo da arquitetura no desenho ou redesenho de uma ideia de futuro mais descarbonizada, descolonizada e colaborativa” com outras disciplinas, com o objetivo de encontrar soluções sustentáveis para os reservatórios de água doce do futuro.

Sob o título “O Laboratório do Futuro”, a 18.ª Bienal de Veneza foi programada pela curadora Lesley Lokko e conta com representações oficiais de 63 países, sendo Portugal e Brasil os únicos lusófonos presentes.

Entre os 89 arquitetos e gabinetes de arquitetura, na maioria de África e da diáspora africana, convidados pela curadoria da mostra, contam-se ainda o Banga Colectivo, gabinete de arquitetura de Luanda e Lisboa, e o ateliê brasileiro Cartografia Negra.

O pavilhão do Vaticano tem como comissário o cardeal Tolentino de Mendonça e conta com a instalação “O Encontro”, do arquiteto Álvaro Siza.

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