Política

Paulo Rangel recusa trabalhar para PSD “em 2.º lugar”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 05-11-2021

O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel recusou hoje responder se viabilizaria um Governo do PS minoritário ou se aceitaria o apoio dos socialistas em caso inverso, rejeitando cenários de um “PSD em segundo lugar” ou de ser “vice-primeiro-ministro”.

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Em entrevista à SIC, conduzida pela jornalista Débora Henriques, Paulo Rangel foi por várias vezes questionado sobre cenários de governabilidade após as legislativas de 30 de janeiro, repetindo que vai trabalhar para liderar um PSD com “maioria estável no parlamento” ou sozinho ou com coligações com partidos da direita “moderados”.

“Sei que há outros que gostam de trabalhar em cenários, há pessoas que gostariam de ser vice-primeiros-ministros, eu quero ser primeiro-ministro”, afirmou o eurodeputado, numa crítica implícita ao atual presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, que admite dialogar com o PS “em nome do interesse nacional”, embora sem executivos de Bloco Central.

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Rangel reiterou descartar governos “de Bloco Central e com o Chega” e, questionado se não é pouco prudente ser tão definitivo, contrapôs que “é preciso clareza” e lembrou que o socialista António Guterres liderou um governo minoritário durante quatro anos.

“Não pense que vou apontar para um PSD que vai ficar em segundo lugar”, afirmou, repetindo que o voto no PS é atualmente “inútil”, porque a solução da ‘geringonça’ se esgotou, mas também “injusto”, apontando situações como as dificuldades nas urgências dos hospitais.

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Ao longo da entrevista, Paulo Rangel foi dizendo “não querer entrar em tricas” com Rui Rio, com quem disputará eleições diretas para a presidência do PSD, dizendo que a partir da marcação das legislativas, na quinta-feira, “o seu adversário é António Costa, embora acrescentando que não anda “no Twitter a atacar ninguém”.

Sobre o prazo escolhido pelo Presidente da República, deixou mais uma crítica implícita ao seu opositor interno, dizendo que apontou a data que lhe parecia “mais razoável” – 20 ou 27 de fevereiro – mas que, “ao contrário de outros”, não fez “nenhum condicionamento” a Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado se, vencendo as diretas, tentará um consenso com Rio para a elaboração das listas de deputados – que têm de ser entregues até 20 de dezembro -, Rangel salientou que no PSD esse processo “é feito de baixo para cima”, começando com propostas das concelhias e depois das distritais.

“Naturalmente, havendo um líder eleito, é ele que tem de conduzir o processo”, afirmou, dizendo apenas que dará “sinais de agregação”.

O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do “chumbo” do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.

O Orçamento teve apenas o voto favorável do PS e os votos contra das bancadas do PCP, BE e PEV, além dos deputados da direita, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega. O PAN e as duas deputadas não inscritas abstiveram-se.

A perda do apoio parlamentar no Orçamento do Estado de 2022 foi um dos motivos invocados por Marcelo Rebelo de Sousa para justificar a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.

A Constituição determina que as legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento – que só poderá ser decretada, portanto, a partir de 01 de dezembro.

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