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Paulo Rangel diz que Manifesto 74 não teve adesão dos portugueses e já saiu da agenda

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 30-03-2014

O cabeça de lista da Coligação Aliança Portugal ao Parlamento Europeu (PE), Paulo Rangel, afirmou hoje, em Coimbra, que o Manifesto 74 não “teve a adesão dos portugueses”, que “já saiu da agenda” e que “ninguém fala dele”.

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Ao contrário daquilo que os seus “promotores julgavam”, o documento, intitulado “Reestruturar a dívida insustentável e promover o crescimento, recusando a austeridade”, “não teve a repercussão que se esperava, nem teve a adesão dos portugueses”, sustentou Paulo Rangel, que falava aos jornalistas, na tarde de hoje, em Coimbra, à margem de um debate sobre a Europa, promovido pelo PSD de Coimbra.

Os portugueses “sabem que um perdão de dívida teria consequências catastróficas nesta altura para a sua vida diária” e não “apenas para o país”, sublinhou.

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João Cravinho, um dos subscritores do Manifesto, “diz que nunca esteve em causa o perdão da dívida”, mas “a palavra reestruturação tem um entendimento muito claro e não foi usada inocentemente”, advogou o eurodeputado social-democrata e cabeça de lista da coligação PSD/CDS nas eleições europeias de 25 de maio.

“Toda a gente sabe” o que quer dizer a palavra reestruturação, salientou Rangel, admitindo que tenha havido “um recuo tático” por parte dos subscritores do documento que defende a reestruturação da dívida portuguesa.

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“Eu até admito que haja pessoas que assinaram [o Manifesto] que não queriam perdão de dívida, mas outras queriam” esse perdão, assegurou, apontando Francisco Louçã como um dos subscritores do documento que “não fala de outra coisa há muito”.

Para o eurodeputado, “o Manifesto já saiu da agenda, neste momento já ninguém fala” dele, mas “todos os dias se inventa um pretexto diferente” – ou “se traz uns estrangeiros” ou faz-se “uma petição” –, para “manter viva uma ideia a que os portugueses claramente não aderiram”.

O movimento Manifesto 74, que reúne personalidades de todos os quadrantes da sociedade portuguesa, anunciou hoje que está a realizar uma petição para levar a reestruturação da dívida ao plenário da Assembleia da República.

Discutir a reestruturação da dívida “é evidente que é manifestamente inoportuno e cria prejuízo aos portugueses, não apenas ao país, é prejuízo no bolso da cada família”, defendeu Paulo Rangel.

“Ainda hoje, uma socialista – Elisa Ferreira – disse que a palavra reestruturação era errada”, salientou o candidato ao PE, afirmando-se “em plena sintonia” com Durão Barroso, quando considera que “o manifesto é infeliz” e “dá um sinal errado aos mercados”.

Instado pela agência Lusa, Paulo Rangel escusou-se a revelar se está em sintonia com o presidente da Comissão Europeia, quando este defende uma candidatura à Presidência da República que resulte de um entendimento entre PSD, CDS e PS.

Paulo Rangel considerou, no entanto, que “por detrás dessa ideia” de Durão Barroso, está o apelo ao PS para que o partido se “abra ao consenso, em vez de se fechar, de se albanizar, de estar isolado como está, quer em termos nacionais, quer em termos europeus, onde não é acompanhado pelo PS europeu”.

Durante a intervenção que antecedeu o debate, o cabeça de lista da Aliança Portugal considerou que uma vitória da coligação PSD/CDS nas próximas eleições europeias “é exigente, mas não é demasiado exigente” e “é possível e é desejável para Portugal”.

A vitória da Aliança Portugal nas europeias de 25 de maio, além de representar “uma avaliação do passado”, uma “decisão para o futuro” e também “uma modificação do presente”, também daria “credibilidade às políticas” seguidas por Portugal perante os mercados e a Europa, sustentou Paulo Rangel.

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