O Governo está ao serviço do negócio da doença, disse, na noite de terça-feira, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticando a opção de serem alargadas as convenções de medicina geral e familiar ao setor privado.
“O negócio não é o negócio da saúde, o negócio da doença é um negócio poderosíssimo. E temos um governo ao serviço do negócio da doença, com opções ao serviço do negócio da doença”, acusou Paulo Raimundo.
Intervindo, na noite de terça-feira, numa sessão pública promovida pela CDU, em Brenha, uma das mais pequenas freguesias do concelho da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, o líder comunista visou no seu discurso a ministra da Saúde, frisando que o que Ana Paula Martins devia fazer, perante a falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde, era contratar mais médicos, enfermeiros e técnicos.
PUBLICIDADE
“E não aquilo que, mais uma vez, foi anunciado, que é desviar os utentes sem médico de família para o setor privado. A vida, a saúde de cada um, a saúde do país, não é um negócio. É um direito que tem de ser assegurado pelo Estado, pelo Governo e pelo Serviço Nacional de Saúde”, argumentou.
Na mesma intervenção, perante cerca de 130 militantes e simpatizantes da CDU, Paulo Raimundo falou do novo pacote laboral – classificando-o como uma declaração de guerra aos trabalhadores e manifestando esperança e confiança que a nova legislação venha a ser derrotada – mas também da área da habitação, onde alegou, há três coisas que aumentam: o custo das casas, os valores das rendas e os lucros da banca.
Na área da segurança social, Paulo Raimundo vincou que depois de uma vida inteira de trabalho, “ainda há quem viva com muitas dificuldades, com reformas e pensões de miséria”.
“Aqui está o povo que não se resigna e que acha mesmo que é necessário, e que vai ser possível, mais cedo ou mais tarde, que 40 anos de trabalho, 40 anos de descontos, são mais do que suficientes para ter direito à reforma sem nenhuma penalização. Isto tem de avançar, é a vida das pessoas também que está em causa”, enfatizou o líder do PCP.
A sessão pública destinou-se a apresentar os candidatos da CDU à freguesia de Brenha, que, na reforma administrativa de 2013 deixou de existir e, 12 anos volvidos, foi agora reposta, embora possua apenas 743 eleitores recenseados, segundo os últimos dados publicados em junho.
Sobre as próximas eleições autárquicas de 12 de outubro, entre outros temas, Paulo Raimundo destacou os independentes que integram as listas de CDU, e que são mais de um terço (cerca de 12.000) do total de 35.000 candidatos.
PUBLICIDADE