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Passagem do furacão Melissa faz 20 mortos

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 29-10-2025

Imagem: Meteo Trás Os Montes

O número de mortos nas inundações causadas pelo furacão Melissa, que atingiu uma cidade no sul do Haiti, subiu para 20, enquanto 10 pessoas foram dadas como desaparecidas, indicou hoje a Proteção Civil do país.

A inundação do rio La Digue arrastou várias casas na cidade costeira de Petit-Goâve, de acordo com os moradores locais contactados pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O diretor-geral da Proteção Civil do país, Emmanuel Pierre, disse que as buscas continuam para encontrar os desaparecidos.

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Um balanço anterior dava conta de pelo menos 10 mortos no Haiti.

A passagem do furacão Melissa já causou vítimas mortais em outros países da região: três na Jamaica e uma na República Dominicana, onde as autoridades registaram também um desaparecido.

O secretário executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Simon Stiell, manifestou solidariedade com “os povos de Jamaica, Cuba, Haiti, Índia e todas as comunidades ao redor do mundo que enfrentam os impactos devastadores de ‘megatempestades’ e outros desastres causados pelo clima”.

“A segurança e a proteção de vidas devem ser a prioridade máxima hoje e nos próximos dias”, continuou, de acordo com um comunicado.

“Estas ‘megatempestades’ são um lembrete brutal da necessidade urgente de intensificar a ação climática em todas as frentes, pois trazem custos humanos e económicos enormes em todas as partes do mundo, e esses custos crescem mais rápido e mais alto a cada ano que o mundo toma medidas climáticas insuficientes”, adiantou Stiell.

O responsável da ONU salientou que “nenhuma nação na Terra está imune” às consequências das alterações climáticas, embora “o preço mais alto seja pago pelos mais vulneráveis e por aqueles que menos contribuíram para causar esta crise global”.

Embora dados recentes demonstrem que “estão a ser feitos progressos na luta contra as alterações climáticas”, com as emissões globais a deverem cair pela primeira vez de acordo com as projeções para 2035, num progresso “está longe de ser suficiente em termos de ritmo, amplitude ou escala”, salientou.

“A ciência é clara: podemos e devemos reduzir as temperaturas globais para 1,5ºC após qualquer ultrapassagem temporária, e cada desastre climático que testemunhamos hoje é um lembrete trágico de como é urgente limitar cada fração de grau do aquecimento global, causado principalmente pela queima excessiva de carvão, petróleo e gás, bem como pela destruição das nossas florestas e oceanos”, sublinhou.

Simon Stiell deixou ainda o repto para que na Conferência das ONU sobre Alterações Climáticas (COP30), a realizar em Belém, na Amazónia brasileira, os países se unam em “verdadeira solidariedade”.

“Cumprir integralmente o Acordo de Paris não é apenas a nossa melhor oportunidade, é a nossa única escolha para a autopreservação e para espalhar os vastos benefícios da ação climática por toda a parte: economias mais fortes, comunidades mais resilientes, mais empregos, melhor saúde, energia mais acessível e segura, para citar alguns”, acrescentou.

O furacão Melissa atingiu já a costa de Cuba como tempestade de categoria 3. Centenas de milhares de pessoas foram retiradas no leste de Cuba e um aviso de furacão está em vigor para as províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín e Las Tunas.

A tempestade, que entretanto desceu para a categoria 2, deverá provocar ondas com cerca de 3,6 metros e até 51 centímetros de precipitação em partes do leste de Cuba.

Espera-se que o fenómeno meteorológico se desloque durante o dia pelo sudeste ou centro das Bahamas, onde está em vigor um aviso de furacão.

O furacão Melissa está a apresentar ventos sustentados de até 165 quilómetros por hora e deslocava-se para nordeste a 22 quilómetros por hora, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, com sede em Miami.

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