Saúde

Parto programado pode aumentar risco de cancro na infância

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 20 horas atrás em 30-07-2025

Imagem: depositphotos.com

Uma nova investigação realizada na Suécia aponta para uma possível ligação entre cesarianas planeadas sem indicação médica e um aumento do risco de leucemia linfoblástica aguda (LLA), o tipo mais comum de cancro infantil.

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Segundo o estudo, publicado a 4 de julho no International Journal of Cancer, crianças nascidas por cesariana planeada apresentam um risco 21% superior de desenvolver LLA em comparação com aquelas que nasceram por parto vaginal. A pesquisa baseou-se na análise de mais de 2,4 milhões de nascimentos ao longo de duas décadas.

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Embora os investigadores ressalvem que o risco absoluto continua a ser baixo — nos Estados Unidos, por exemplo, apenas cerca de 4,8 em cada 100 mil crianças desenvolvem LLA por ano —, os resultados poderão influenciar decisões médicas futuras, especialmente no que diz respeito a cesarianas sem indicação clínica.

“Este estudo confirma as ligações anteriores entre a LLA e as cesarianas, particularmente as planeadas”, afirmou Christina Evmorfia-Kampitsi, investigadora do Karolinska Institutet e autora principal do estudo. “Mas é importante destacar que a cesariana continua a ser um procedimento essencial quando necessário por razões médicas.”

A investigação destaca que o aumento do risco se mantém mesmo após o ajuste de vários fatores como idade materna, diabetes, pré-eclâmpsia, malformações congénitas e evolução das práticas médicas ao longo do tempo.

Os especialistas apontam duas hipóteses para explicar esta associação: uma prende-se com a ausência de exposição aos microrganismos vaginais, importantes para o desenvolvimento do sistema imunitário; a outra sugere que a falta de exposição ao stress do parto pode comprometer a eliminação natural de células pré-leucémicas — células que muitas crianças possuem, mas que normalmente não evoluem para cancro.

“As nossas descobertas são mais relevantes quando uma cesariana é considerada sem uma justificação médica clara”, sublinha Evmorfia-Kampitsi.

Apesar da ligação identificada, os investigadores e médicos pedem cautela na interpretação dos resultados e reforçam que nenhuma cesariana clinicamente indicada deve ser evitada com base neste estudo.

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