Desporto
“Partiu o nosso Bicho”. André Villas Boas despede-se de Jorge Costa

Imagem: Facebook FC Porto
O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, lamentou terça-feira a morte de Jorge Costa, aos 53 anos, descrevendo o antigo internacional português e capitão como uma eterna lenda do clube, no qual era diretor do futebol profissional.
“Partiu Jorge Costa. O nosso ‘Bicho’. A eterna lenda do clube. Respeitado por tantos, querido por todos os portistas, uma referência como pessoa, como profissional e um ídolo para muitos”, reconheceu o dirigente, através do sítio oficial dos ‘dragões’ na Internet.
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André Villas-Boas expressou condolências à família, aos filhos e aos amigos de Jorge Costa, bem como ao universo ‘azul e branco’, pela morte do antigo defesa central, que “permanecerá para sempre vivo na memória de todos os portistas”, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória.
Fonte do Hospital de São João disse à Lusa que Jorge Costa “entrou em paragem cardiorrespiratória na sala de emergência” daquele centro hospitalar, para onde foi transportado, depois de se ter sentido mal no centro de estágios do clube, no Olival, em Vila Nova de Gaia.
“Jorge Costa foi um dos nossos mais queridos jogadores, uma lenda que vivia o clube e o portismo como poucos. Era único na sua forma de ser e de se relacionar connosco e com as nossas cores. Queremos hoje dizer-lhe que estaremos sempre ao seu lado, com a consciência e a obrigação de lhe devolver tudo o que ele nos deu ao longo da sua vida. E foi muito: sangue, suor e lágrimas”, notou.
As cerimónias fúnebres vão começar na quarta-feira, com homenagens no Estádio do Dragão entre as 15:00 e as 22:00, estando a missa de corpo presente agendada para o dia seguinte, na Igreja de São João Baptista da Foz do Douro, antes da romagem ao Cemitério de Agramonte.
“Não é possível definir o Jorge. Ele personificava tudo o que é e será sempre o FC Porto. A sua forma vertical de lutar pelas vitórias, o espírito de conquista sem limites, a entrega comovente ao seu clube e a liderança que carregava às costas, com o mítico e eterno número ‘dois’, continuaram a marcar a história do FC Porto com conquistas nacionais e internacionais”, definiu André Villas-Boas.
Jorge Costa representou os ‘dragões’ em 383 jogos oficiais, entre 1992 e 2005, e foi capitão durante várias épocas, tendo conquistado uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, uma Taça Intercontinental, oito títulos de campeão nacional, cinco Taças de Portugal e cinco Supertaças.
“Em termos pessoais, recordo-o de uma forma especial. Tive nele sempre um amigo e nele sempre vi uma fonte de força e de inspiração na entrega que somos obrigados a colocar em prol do nosso clube. Um amigo que sempre esteve ao meu lado. Um amigo exigente que, quando sentia que alguém esmorecia, logo vinha com uma mensagem de força e de foco. Ainda há pouco tempo me escreveu estas palavras: ‘André, quero que saibas que estarei sempre ao teu lado pelo nosso FC Porto”, referiu o líder dos ‘dragões’.
O ex-defesa somou 50 internacionalizações e dois golos pela seleção principal de Portugal, que representou nas fases finais do Euro2000 e do Mundial2002, já depois de ter conquistado o Mundial de sub-20 de 1991, em Lisboa.
“Era assim: metia o corpo, ralhava, levava-nos para a luta e só largava quando nos visse outra vez a festejar uma vitória. Muitos de nós recordam o que sofreu quando teve de nos deixar para representar o Charlton. E, sobretudo, recordamos a sua rasgada alegria quando regressou e vestiu de novo a camisola azul e branca. E o que fez a seguir? Ganhou tudo”, recordou.
Há um ano, na sequência da vitória de André Villas-Boas sobre o já falecido Pinto da Costa nas eleições do FC Porto e da subida à I Liga com o AVS, Jorge Costa voltou para liderar o futebol profissional dos ‘dragões’ e assistiu à conquista da Supertaça frente ao Sporting no banco, ao lado de Vítor Bruno, primeira aposta técnica da nova administração.
“Também não esquecemos que, quando singrava como treinador, decidiu abandonar a sua carreira porque acreditava que poderia ser de novo útil ao seu clube num cargo diretivo. Veio sem arrependimentos e entregou-se de corpo e alma às suas novas funções. E foi assim que hoje nos deixou: a trabalhar para o sucesso do FC Porto, depois de uma reunião técnica e de uma entrevista em que falou sobre o próximo jogo desta época que agora começa, com a mesma vontade de ganhar que sempre o caracterizou”, finalizou.
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