Portugal

Parlamento açoriano aprova voto de pesar pela morte de Laborinho Lúcio

Notícias de Coimbra | 10 minutos atrás em 10-12-2025

O parlamento açoriano aprovou hoje, por unanimidade, um voto de pesar pela morte de Laborinho Lúcio, antigo ministro da República para os Açores, salientando a forma como serviu o país e a região com “sabedoria e sentido de missão”.

Na apresentação do voto de pesar, a deputada do PS Cristina Calisto referiu que Álvaro Laborinho Lúcio, que morreu em 23 de outubro, aos 83 anos, distinguiu-se por “uma notável carreira como magistrado do Ministério Público e, mais tarde, como juiz”.

PUBLICIDADE

publicidade

“O doutor Álvaro Laborinho Lúcio foi uma figura maior da vida pública portuguesa, cujo legado jurídico, político, cívico e humano marcou de forma indelével a história recente de Portugal e das suas instituições”, acrescentou.

PUBLICIDADE

Em março de 2003, Laborinho Lúcio foi nomeado ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, cargo que exerceu até março de 2006, durante a presidência de Jorge Sampaio.

“Nesse período, Laborinho Lúcio revelou um profundo respeito pela autonomia regional e pelas instituições açorianas, pautando a sua atuação por um espírito de diálogo, equilíbrio e cooperação institucional. A sua passagem pelos Açores é recordada com estima e reconhecimento, pela postura serena, dignidade pedagógica e pela permanente defesa do interesse público e da coesão nacional”, afirmou Cristina Calisto.

No voto de pesar apresentado pelo grupo parlamentar do PS/Açores é salientada a forma como “o cidadão exemplar” Laborinho Lúcio, serviu o país e a região “com sabedoria e sentido de missão”.

Álvaro Laborinho Lúcio foi secretário de Estado da Administração Judiciária e ministro da Justiça em 1990, durante o Governo de Cavaco Silva, e ministro da República para os Açores, durante a presidência de Jorge Sampaio.

Foi também Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, Procurador-Geral-Adjunto da República, diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários.

Na Nazaré, foi presidente da Assembleia Municipal.

Mais recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa.

Laborinho Lúcio nasceu na Nazaré em 01 de dezembro de 1941. Na juventude, foi ator amador, tendo participado na criação do Grupo de Teatro da Nazaré.

Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito e obteve o Curso Complementar de Ciências Jurídicas.

Laborinho Lúcio foi membro, entre outras, de associações como a APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador.

Entre 2013 e 2017, foi presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho e membro eleito da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.

Laborinho Lúcio estreou-se na escrita de ficção narrativa em 2014, com “O Chamador”, na Quetzal, editora pela qual lançou mais quatro títulos até ao ano passado: “O Homem que Escrevia Azulejos”, “O Beco da Liberdade”, “As Sombras de uma Azinheira” e o livro de crónicas e outros textos “A Vida na Selva”.

Já este ano, em março, editou, pela Zigurate, com Odete Severino Soares e ilustrações de Catarina Sobral, o livro “Marília ou a Justiça das Crianças”.

Foi condecorado em 2005 pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE