Saúde

Parkinson pode ser detetado pelo cheiro da pele

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 25 minutos atrás em 22-07-2025

A doença de Parkinson, uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente o controlo dos movimentos, poderá passar a ser detetada de forma muito mais precoce graças a um novo estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

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A investigação revelou que o sebo da pele – uma substância cerosa produzida naturalmente pelo corpo – pode conter compostos orgânicos voláteis (COVs) que revelam alterações químicas associadas ao Parkinson. Estas mudanças podem ser identificadas através do odor da pele, o que abre portas a um diagnóstico até sete anos antes da manifestação dos sintomas motores clássicos, como os tremores, a rigidez muscular e a lentidão nos movimentos.

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Publicado na revista Parkinson’s Disease, o estudo analisou 83 voluntários, dos quais 46 já diagnosticados com Parkinson, 28 do grupo de controlo e 9 com distúrbio comportamental do sono REM, uma condição frequentemente associada ao desenvolvimento da doença.

As amostras de sebo foram recolhidas da parte superior das costas – zona com maior produção da substância – e analisadas com recurso a uma técnica avançada: cromatografia gasosa combinada com espectrometria de massa. Foram identificados 613 compostos químicos diferentes, e através de modelos estatísticos, os investigadores conseguiram distinguir os diferentes grupos com base no perfil químico do sebo.

Em particular, 55 compostos apresentaram alterações entre o grupo de controlo e o grupo com distúrbios do sono, sugerindo uma possível progressão para a doença. Já entre os doentes com Parkinson, 38 compostos demonstraram alterações progressivas ao longo de três anos de acompanhamento, indicando uma relação clara com o avanço da patologia.

O método proposto tem potencial para se transformar num exame simples, não invasivo e de baixo custo, que poderá ser feito com recurso a um simples cotonete para recolher o sebo da pele. Para os especialistas, trata-se de uma inovação com grande impacto: diagnosticar o Parkinson precocemente é essencial para travar ou abrandar o progresso da doença, numa fase em que os sintomas ainda não estão visíveis.

Atualmente, estima-se que mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com a doença de Parkinson, número que poderá duplicar nas próximas décadas, face ao envelhecimento da população. Esta descoberta poderá ser um marco decisivo na luta contra a doença.

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