Um passeio de fim de tarde transformou-se num momento de pânico para uma moradora do Porto e a sua mãe, que sofre de problemas cardíacos.
O incidente, ocorrido na zona do Campo Alegre, reacendeu a discussão sobre o ruído extremo provocado por veículos com escapes adulterados e a falta de fiscalização por parte das autoridades.
“Estava a dar um passeio com a minha mãe na zona do Campo Alegre, o dia estava mesmo bom. Do nada passa um carro daqueles com o cano de escape modificado para parecer uma bomba, e o acéfalo do condutor decidiu puxar pelo chaço mesmo ao nosso lado. Foi um estrondo violento que me fez dar um salto”, relatou o utilizador que partilhou a história no Reddit.
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O susto teve consequências imediatas.
“A minha mãe… parou imediatamente, levou a mão ao peito e ficou completamente branca. Vi logo que não estava nada bem. O stress e o choque do barulho tinham feito a tensão dela disparar”, descreveu.
A mulher foi levada de urgência para o Hospital de Santo António, onde foi estabilizada e ficou em observação.
“Felizmente, a equipa do hospital foi top. Foi um susto do caraças. O alívio é gigante, mas a raiva pela irresponsabilidade alheia não me passa”, acrescentou o autor do relato.
“Um inferno sonoro” nas cidades portuguesas
O caso não é isolado. Nos grandes centros urbanos portugueses, o ruído provocado por veículos com escapes modificados tornou-se um problema recorrente.
“Quem vive em zonas urbanas conhece bem o som: motas a fazer acelerações às duas da manhã, carros com escapes a rebentar como bombas, rateres em avenidas e zonas residenciais. É um inferno sonoro que afeta crianças, idosos e pessoas com doenças cardíacas, mas parece continuar impune”, lê-se nos comentários.
Apesar de ser ilegal circular com escapes modificados ou sem silenciador, as forças de segurança raramente conseguem atuar de forma eficaz.
Um dos utilizadores que interagiu na mesma publicação contou ter questionado um agente da PSP sobre o motivo da falta de multas e apreensões.
“Perguntei a um agente porque não multavam esses condutores, e a resposta foi surreal: Não podemos apreender sem comprovar com um medidor de decibéis. O único que temos está avariado há meses.”
As queixas multiplicam-se nas redes sociais e nos fóruns online. Muitos cidadãos denunciam uma sensação de impunidade e falta de controlo sobre veículos que, além de ilegais, representam riscos sérios para a saúde pública.
“Portugal tem um problema sério com a passividade das autoridades. Carros nestas condições deviam ser apreendidos no momento”, conclui outro comentário à publicação.
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