Política

PAN quer que partidos voltem a ser ouvidos sobre medidas para conter pandemia

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 04-07-2021

O PAN quer que o Governo e o Presidente da República voltem a ouvir os partidos quanto às medidas a implementar para conter a pandemia de covid-19 e considerou que as restrições mais recentes “estão feridas de constitucionalidade”.

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“Nestas medidas que foram adotadas pelo Governo, é de lamentar que não tenham sido ouvidos os partidos políticos porque à semelhança do que aconteceu lá atrás, seja para a declaração do estado de emergência, tendo em conta que estamos a adotar medidas que beliscam ou que estão feridas de constitucionalidade, teria sido importante ouvir, fazer a auscultação, e isso não aconteceu e é de facto lamentável”, afirmou a porta-voz.

Em entrevista à Lusa a poucos dias de assinalar um mês desde a sua eleição como líder do Pessoas-Animais-Natureza, em congresso, Inês de Sousa Real defendeu que “não só deveriam voltar as reuniões do Infarmed, como a auscultação do primeiro-ministro e do senhor Presidente da República em momentos-chave como este”.

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No que toca às medidas restritivas impostas nas últimas semanas, de recuo no desconfinamento, isso “teria sido absolutamente imprescindível”, considerou.

“Porque se há algo que este Governo não pode fazer é continuar de costas voltadas para o parlamento”, uma vez que o PS “não tem maioria absoluta” na Assembleia da República, salientou a dirigente.

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Por isso, continuou, o executivo de António Costa “tem que respeitar que de facto há outras forças que neste momento têm de também ter uma palavra a dizer não só na gestão da pandemia como as decisões que são tomadas, que afetam claramente não só as liberdades e garantias fundamentais, mas também a economia”.

“Porque esta forma desastrosa de gerir a crise pandémica depois tem consequências também socioeconómicas gravosas e não podemos andar aqui a brincar com a vida das pessoas nem com aquilo que é o futuro da economia do país. Nós estamos a dar cabo da economia do país”, criticou.

Nesta entrevista, a porta-voz do PAN considerou também que a gestão da pandemia “tem sido um processo muito atabalhoado” e “não tem corrido da melhor forma”, assinalando “uma forte incoerência na forma como a mensagem é passada para as pessoas”.

E apontou que o Governo está a passar uma “mensagem muito contraditória” e que “não ajuda a que as pessoas percebam a importância” de continuar a ter cuidados para evitar a disseminação do novo coronavírus.

“De nada adianta estarmos a impor estas medidas quando quotidianamente as pessoas, para se deslocarem para o trabalho, continuam a ter os transportes públicos cheios porque não houve o reforço das carreiras”, exemplificou, indicando que isso foi “algo que desde o primeiro momento da pandemia o PAN alertou”.

Alertando também para a necessidade de “garantir que há apoios sociais”, na sequência das medidas restritivas, Inês de Sousa Real sublinhou ainda que há “um conjunto de respostas que o Governo tinha que dar” e “tinha que ser muito mais coerente e eficaz na forma de gestão da crise”.

No que toca ao plano de vacinação, a porta-voz do PAN defendeu que “tem que ser acelerado”.

Na quinta-feira, o Conselho de Ministros decidiu que a entrada e saída na Área Metropolitana de Lisboa está proibida até às 06:00 de segunda-feira, aplicando-se ainda recolher obrigatório, diariamente, entre as 23:00 e as 05:00, em 45 concelhos de Portugal continental.

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