Política

PAN acusa Luís Montenegro na Figueira da Foz de se vitimizar no caso Spinumviva 

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 08-10-2025

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, acusou hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de se vitimizar face ao caso da empresa Spinumviva, exortando-o a prestar “toda a informação” às autoridades para se poder dedicar ao país.

“Estamos aqui a discutir os problemas pessoais do primeiro-ministro, não nos parece normal, nem saudável em democracia, queremos que o país avance, queremos ultrapassar, de uma vez por todas, esta circunstância. E, para isso, é importante, que ao invés de se vitimizar, Luís Montenegro venha justificar e prestar os esclarecimentos de que o país precisa”, disse  Inês Sousa Real, em declarações aos jornalistas, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.

“Não queremos acreditar que os tempos da Justiça são os tempos das campanhas eleitorais, não alinhamos nessa narrativa como a que o primeiro-ministro tem vindo justificar o que tem sido o escrutínio durante todo este processo”, adiantou a porta-voz do PAN.

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O primeiro-ministro afirmou na terça-feira estar “estupefacto e revoltado” com o teor das notícias divulgadas sobre o caso Spinumviva e falou mesmo “em pouca-vergonha”, dizendo aguardar a “análise e o juízo do Ministério Público”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu, por seu turno, que a averiguação preventiva relacionada com a empresa Spinumviva está em curso e o Ministério Público aguarda ainda documentação, pelo que a averiguação continua.

“Não há, assim, neste momento, qualquer convicção formada que permita encerrar a referida averiguação preventiva nem nada foi proposto ao Procurador-Geral da República neste domínio”, referiu um comunicado da PGR.

A dirigente do Pessoas – Animais – Natureza defendeu ainda que assim que “toda a informação for prestada quer à Entidade para a Transparência, quer também no âmbito do próprio processo judicial [a averiguação preventiva em curso], mais depressa o problema estará resolvido, para nos podermos dedicar aos problemas do país e não aos problemas particulares do primeiro-ministro”.

Lembrou, a esse propósito, que desde o primeiro momento do caso da empresa Spinumviva, o PAN vincou a necessidade de existir transparência e informação “e que Luís Montenegro tirasse, definitivamente o ‘chapéu’ de empresário, para se ocupar a tempo inteiro como primeiro-ministro”.

Na visita hoje efetuada à Associação de Proteção Animal da Figueira da Foz (APAFF), acompanhada de elementos da lista de coligação Evoluir Figueira (Bloco de Esquerda/Livre/PAN) candidata às eleições autárquicas do próximo domingo, Inês Sousa Real alertou para a situação da associação, ameaçada de despejo e que tenta adquirir o terreno onde está instalada há duas décadas, nos arredores da cidade.

“É fundamental que a autarquia se candidate aos fundos previstos no Orçamento de Estado, para ajudar a associação, esta e as demais que existem no concelho, mas, neste caso em concreto, a garantir a sua permanência neste terreno”, resumiu. 

Acrescentou que os apoios estatais aos quais as autarquias se podem candidatar passam, igualmente, por campanhas de esterilização para controlar a sobrepopulação animal ou ajudar famílias carenciadas no acesso a alimentação e medicamentos veterinários. 

“As autarquias têm de ajudar quem está no terreno, porque são eles que, tantas vezes, se substituem ao Estado, em particular às câmaras municipais”, frisou a porta-voz do PAN.

Dirigindo-se diretamente ao executivo municipal liderado por Pedro Santana Lopes, que se recandidata ao cargo por uma coligação partidária constituída pelo PSD e CDS-PP, Inês Sousa Real apelou a mais investimento no bem-estar animal.

“Para a nossa coligação, era fundamental, [a Câmara] estar mais preocupada com o bem-estar animal. E ambiental também, porque o dinheiro que às vezes se gasta em festas ou em fogos de artifício – que também não são silenciosos nem ecológicos – podia ser canalizado para ajudar estas associações”, enfatizou.

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