Região
Pampilhosa da Serra: Segredos da Filhó Espichada? Lurdes revela receita centenária feita pela mãe
Durante uma visita pelas Aldeias do Xisto promovida pela Turismo de Centro Portugal, Pampilhosa da Serra foi paragem obrigatória.
Lurdes recebeu os jornalistas para falar sobre as famosas filhós espichadas, doce típico da região que ainda mantém viva uma tradição familiar.
“É um doce muito simples de fazer… Se a gente tiver ovos, farinha, açúcar e fermento, já dá para fazer. Mas eu costumo pôr 4 quilos de farinha, um quilo de açúcar e 40 ovos”, explicou, detalhando os ingredientes que transformam a receita em uma iguaria marcante.
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A preparação envolve também um toque especial, herdado de sua mãe: “Quando acabamos de amassar, fazemos uma cruzinha em cima da massa, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e deixamos a massa levedar. Se estiver num sítio aquecido, ela cresce mais rápido”.
A arte de espichar a massa é outro segredo que Lurdes compartilhou: “Tem que se rodar com a mão, não é compatível com as unhas de agora. A mão tem que andar ali às voltinhas. A gente faz uma bolinha, trabalha e depois ela anda em rodinhas”.
A tradição acompanha Lurdes há décadas. “Faço filhós espichadas desde que era pequena, ajudava a minha mãe. É o doce dos pobres, mas agora é o doce característico da Pampilhosa da Serra, não falta em festa nenhuma”, contou.
Além da receita e do modo de preparo, destacou a importância cultural do doce. “A minha mãe chamava filhós do ar. Hoje chamamos filhós espichadas, mas o segredo está sempre na dedicação e no amor com que se faz”, disse.
Com 69 anos, Lurdes mantém viva esta tradição familiar e regional, mostrando que a gastronomia pode ser também um elo entre gerações e um símbolo de identidade local.
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