A mãe de Mónica Silva, a jovem grávida desaparecida na Murtosa em outubro de 2023, não esconde a revolta e a dor.
À espera do início da leitura do acórdão de Fernando Valente, principal arguido do caso, a mãe da vítima exige justiça: “A pena justa é ele pagar pelo que fez. Para mim, são os 25 anos de cadeia. E mesmo isso não chega”, afirmou emocionada.
Quase dois anos depois do desaparecimento da filha, a família continua sem saber onde está o corpo de Mónica. “Não fizemos luto. Não conseguimos. Os meus netos vivem comigo, e continuam à espera da mãe. Vivem numa tristeza profunda”, contou.
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Celeste Barbosa acredita que Fernando Valente não agiu sozinho: “O pai e a mãe dele também deviam estar sentados no banco dos réus. Estavam todos na casa onde levaram a minha filha.” Em relação ao paradeiro do corpo, a suspeita é direta: “Para mim, a Mónica está enterrada no Intermarché. Nunca fizeram buscas lá, mas eu sinto que está lá.”
Sobre a possibilidade de Fernando confessar o que aconteceu, a mãe é clara: “Acho que nunca vai contar. Nunca. Porque estão todos envolvidos.”
Durante o julgamento, um dos netos de Mónica esteve presente numa das sessões e, segundo a avó, ficou visivelmente afetado. “Ele ficou muito triste. A mãe foi e nunca mais voltou. Ainda tem esperança.”
Ao ser questionada se perdoaria Fernando caso ele revelasse onde está o corpo da filha, a resposta é definitiva: “Nunca. Não o perdoava. Isso era a última coisa. Eu só quero saber onde está a minha filha.”
Se houver uma absolvição, a mãe considera que a justiça falhou. “Se ele for absolvido, é uma grande injustiça. A justiça não vale nada se isso acontecer. Mas não vamos desistir. Vamos recorrer. Não vamos parar.”
Para a família de Mónica, o mundo parou a 3 de outubro de 2023. “Acabaram-se os dias felizes. Acabou-se tudo. Nunca mais vamos voltar à normalidade.”
A sentença será conhecida em breve. Resta saber se a decisão do coletivo de juízes e jurados estará à altura da expectativa de uma família mergulhada na dor e na ausência.
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