Portugal

Padre e fiéis à pancada dentro de igreja

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 02-02-2023

O padre António Borges e a Real Irmandade de Nossa Senhora da Quietação envolveram-se em agressões na segunda-feira à noite, 30 de janeiro, na Igreja das Flamengas, em Lisboa. Desentendimentos terão estado na origem das agressões físicas.

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O capelão afirma que perguntou à associação de fiéis católicos o que ia fazer naquela noite e que os representantes se recusaram a responder. Já a Irmandade defende que esta igreja, sob a qual tem responsabilidade pois gere o seu património material, não é do Patriarcado e não têm de dar conhecimento ao pároco das suas atividades”, lê-se no Jornal de Notícias.

Eunice Costa, presidente da direção da Real Irmandade, contou ao JN que “os fiéis se preparavam para rezar o terço, como acontece todas as segundas-feiras, quando o padre pediu as chaves do sacrário ao Juiz da Irmandade.”

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“Ele disse que não ia dar as chaves e o padre dá-lhe um encontrão e começa a pancadaria. Tentei separá-los, mas não consegui. Peguei num círio (vela com 40 centímetros) e disse que lhe dava com ele, mas como o padre largou o Juiz não dei”, conta a presidente, que acionou a polícia.

Segundo Eunice Costa, o padre António Borges, assim que viu os agentes, expulsou os fiéis para fora da igreja.

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“Disse que não queria homens com pistola lá dentro e que tinha ordens do patriarcado para fechar a igreja. Senhoras com 80 anos ficaram duas horas e meia ao frio a rezar”, criticou.

O pároco admitiu que sugeriu aos fiéis rezarem no hall de entrada da igreja, pois “após uma agressão não poderia haver culto”, apresentando outra versão quanto ao resto.

“Perguntei porque é que a capela estava aberta e se tinham autorização para aquele momento celebrativo. Foi aí que o juiz da Irmandade veio na minha direção, empurra-me e começa a agredir-me. Levei três bofetadas e atiraram-me os óculos ao chão e a Eunice pegou numa vela e atingiu-me num braço”, contou o padre ao jornal.

O pároco apela ao diálogo com a Irmandade e garante que “todos os atos de culto devem ser do conhecimento do capelão, pois é responsável pelo zelo da igreja”, contudo, a Irmandade tem um entendimento diferente.

“A igreja está entregue a nós desde 1889, somos a única Irmandade em Portugal que tem uma igreja ao seu cuidado. Quem tem tutela é o Estado, não o Patriarcado”, assegura Eunice.

A presidente da direção da Real Irmandade conclui as acusações, afirmando que proibir a entrada na igreja “é um crime eclesiástico”. Apresentou queixa na PSP e pondera avançar para tribunal e encaminhar o caso para a Nunciatura Apostólica e o Vaticano.

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