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Padre defende mandante da morte de amante em Penela

Notícias de Coimbra | 3 semanas atrás em 22-05-2024

A mulher de 31 anos que encomendou a morte do amante em Penela, em julho de 2023, começou a ser julgada pelo Tribunal de Coimbra esta terça-feira, 21 de maio.

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A defesa da arguida chamou a testemunhar um padre da paróquia de Penela, que descreveu Joana como uma “mulher humilde e trabalhadora”, escreve o Correio da Manhã.

Outra testemunha, Francisco Reis, antigo presidente de uma Junta de Freguesia de Penela, chorou ao dizer que a arguida “faz muita falta aos filhos”.

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O companheiro de Joana Baptista, acusada de encomendar a morte de um amante, e os dois arguidos detidos remeteram-se ao silêncio na primeira sessão da audiência de julgamento.

Gabriel Eduardo, que viveu em união de facto com a arguida, invocou a prerrogativa que a lei lhe confere devido ao relacionamento para se escusar a contribuir para o esclarecimento do colectivo de juízes.

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Rui Pacheco Duarte, juiz que preside, fez notar que o depoimento testemunhal de Gabriel Eduardo “poderia ajudar”.

À semelhança dos arguidos, Joana e Edinei Catarino (brasileiro), também uma irmã dela, Vanessa Catarino, se remeteu ao silêncio ao abrigo da relação de parentesco.

O esfaqueamento mortal de João Carlos Ramos, 58 anos de idade, ocorreu em Lamas (Miranda do Corvo), em Julho de 2023.

Volvido meio ano, o Ministério Público concluiu ter-se tratado de homicídio encomendado e que nem por isso consistiu em crime perfeito.

João Carlos foi morto com 15 golpes, sendo que o presumível autor material do homicídio, um indivíduo africano, que se pôs em fuga, deixou no local do crime o cabo da faca. Outro co-arguido deixou um boné no carro da arguida.

A lâmina do utensílio de cozinha terá ficado na viatura em que Joana Baptista, 30 anos de idade, conduziu a vítima para o local do assassinato e, como se não bastasse tamanho amadorismo, também lá foi encontrado um cigarro por consumir.

José Manuel Rodrigues, ex-patrão de Joana, confirmou que ela foi trabalhar na manhã seguinte ao dia do crime e disse que a arguida estava “descontrolada e com medo”.

Joana foi ainda descrita como “trabalhadora e amiga de ajudar os outros”. Por ocasião do assassinato, José Manuel não quis conhecer pormenores.

Face à estranheza do juiz Rui Pacheco Duarte perante tamanha indiferença da testemunha, Rodrigues afirmou ter ficado preocupado por poder ser associado ao crime.

Na noite do homicídio, segundo José Manuel, a arguida, “muito nervosa”, limitou-se a dizer-lhe estar “ali [em Lamas] uma pessoa morta”.

Noutro plano, Joana Albertino foi descrita como “supermãe, que nunca deixava para trás os filhos” (menores), e cuidadora de uma avó, que se encontrava doente.

Segundo a acusação deduzida pelo MP através do DIAP de Coimbra, a cujo teor Notícias de Coimbra teve acesso, Joana terá usado o respectivo telefone para dar notícia do crime a uma irmã, a par de lhe ter entregado um tapete e a capa do banco do carro onde João Carlos viajou de Penela para Lamas com a arguida.

De acordo com os autos do inquérito, Joana Baptista, invocando arrependimento, reconheceu perante inspectores da PJ o seu envolvimento no assassinato, a título de mandante, e confessou haver ouvido da boca da vítima um grito lancinante.

À margem de uma união de facto com Gabriel Eduardo, Joana terá tido com João Carlos, solteiro, uma relação extraconjugal.

Acontece que tal relação foi esmorecendo, a ponto de ela, funcionária de uma pastelaria de Penela, haver denotado desinteresse em que a mesma prosseguisse. Ora, desencantado, João Carlos terá ameaçado Joana de contar ao companheiro dela e de molestar os filhos.

O MP, coadjuvado pela Polícia Judiciária, crê que foi traçado um plano para em Julho de 2023 eliminar João Carlos Ramos, a viver sozinho desde o falecimento da mãe.

A audiência de julgamento prossegue, em meados de Junho, com a inquirição de outras testemunhas.

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