Portugal
“Os nossos rostos diziam tudo: brancos, exaustos, em choque”: bombeiros relatam horror no Elevador da Glória
O acidente no Elevador da Glória causou 16 mortos e deixou um rasto de dor. Os bombeiros sapadores descrevem os momentos de horror vividos no local
O descarrilamento do histórico Elevador da Glória, ocorrido no dia 3 de setembro, deixou 16 vítimas mortais, cinco feridos graves e 13 feridos ligeiros. Entre os mortos encontram-se cinco cidadãos portugueses, quatro funcionários da Santa Casa da Misericórdia e o guarda-freio do elevador. Algumas vítimas nem sequer se encontravam a bordo, tendo sido apanhadas pela força do impacto.
O desastre abalou profundamente a capital e gerou uma onda de consternação em todo o País.
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Dois bombeiros sapadores que estiveram entre os primeiros a responder ao alerta falaram, sob anonimato, à TV 7 Dias.
“Assim que chegámos ao local, percebemos a gravidade do que tínhamos à frente. Era evidente que havia múltiplas vítimas mortais. O impacto era brutal, e o pânico entre os primeiros presentes confirmava o pior”, relata um dos operacionais.
O som insistente dos telemóveis foi um dos momentos mais marcantes. “Enquanto retirávamos vítimas dos destroços, os telemóveis não paravam de tocar. Eram familiares a tentar contactar os seus entes queridos, chamadas que nunca iam ser atendidas. Isso mexe connosco profundamente”, confessa o bombeiro.
O seu colega recorda que, antes de iniciarem as operações de desencarceramento, houve um momento de preparação emocional entre a equipa: “Dissemos uns aos outros que íamos ver coisas que nunca tínhamos visto. E que, se alguém não se sentisse capaz, não havia vergonha em recuar. Mas todos avançámos. No fim, os nossos rostos diziam tudo : brancos, exaustos, em choque.”
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