Saúde

Os ataques cardíacos são mais perigosos durante o dia

Notícias de Coimbra | 1 hora atrás em 21-12-2025

Um novo estudo publicado descobriu que os ataques cardíacos ocorrem com mais gravidade durante o dia do que à noite, em parte devido à ação de células imunitárias chamadas neutrófilos.

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Os investigadores observaram que os doentes admitidos durante o dia apresentavam níveis mais elevados dessas células e maiores danos no coração, sugerindo que o sistema imunitário pode estar a agravar a lesão.

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Pesquisas anteriores já haviam indicado que os ataques cardíacos causam mais danos quando ocorrem durante o dia, mas o papel das células imunitárias ainda não estava completamente esclarecido.

Os neutrófilos, que são as primeiras células a reagir em casos de lesão, têm mostrado ser mais agressivas durante o dia, causando maior inflamação e danificando tecidos saudáveis ao redor da área afetada. Durante a noite, esses mesmos neutrófilos estão relativamente mais calmos, o que resulta em menos danos cardíacos.

O estudo, que analisou os registos clínicos de mais de 2.000 pacientes, confirmou que os ataques cardíacos durante o dia estavam associados a contagens mais elevadas de neutrófilos. Em contrapartida, os ataques cardíacos à noite causaram danos mais limitados. Este padrão foi também verificado em testes com ratos, que apresentaram maior lesão cardíaca pela manhã do que à noite.

Os cientistas experimentaram a redução dos neutrófilos em ratos, e os resultados mostraram que quando esses níveis estavam mais baixos, os ataques cardíacos causavam menos danos, independentemente do momento do dia. Além disso, ao desativar um gene que controla o relógio biológico (relógio circadiano), que regula os ciclos de 24 horas do corpo, os danos cardíacos diminuíram ainda mais.

Os neutrófilos têm um papel complexo. Durante o dia, eles se espalham para áreas não danificadas, ampliando a lesão. Já à noite, mantêm-se confinados à zona danificada, reduzindo a extensão do problema.

Com base nesses achados, os pesquisadores acreditam que pode ser possível desenvolver tratamentos que ajustem a atividade dos neutrófilos, minimizando o dano causado pelo sistema imunitário sem comprometer a defesa do organismo. Esses resultados abrem caminho para novas abordagens terapêuticas, principalmente no contexto do tratamento de ataques cardíacos, que podem ser ajustadas com base no momento do dia em que ocorrem.

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