Política

Orçamento do Estado: Chega vai votar contra proposta do Governo na generalidade

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 28-10-2025

O Chega vai votar contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2026) na generalidade, anunciou hoje o líder do partido.

Falando aos jornalistas na Assembleia da República, já perto do final do debate da generalidade do OE2026, André Ventura justificou o voto contra com o argumento de que a proposta do Governo “dá com uma mão e tira com a outra”.

“Nós tentámos mesmo estabelecer pontes, garantir que tínhamos um consenso, porém, nós não podemos ter consenso com orçamentos que continuam a tirar a quem trabalha, a tirar a quem descontou, para distribuir por outros, ou que nunca fizeram nada, ou que não querem trabalhar, ou que vêm para Portugal de outros países. Era para nós uma linha verdadeiramente vermelha inultrapassável”, indicou.

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“A razão de votarmos contra prende-se com a asfixia fiscal que estamos a fazer sobre empresas e sobre famílias para dar aos mesmos de sempre, e prende-se com o não queremos mudar de rumo”, afirmou.

André Ventura considerou também que no próximo ano “o Estado e o Governo vão continuar a arrecadar impostos das famílias e das empresas para continuar a sustentar uma máquina gigantesca do Estado”.

O líder do Chega afirmou também que “o Governo está irredutível em impedir que o desconto sobre os combustíveis acabe” e referiu que o partido vai avançar com uma proposta de alteração para impedir o aumento do custo da gasolina e do gasóleo.

“Nós estamos num lado oposto desta história, entendemos que o preço dos combustíveis em Portugal está elevadíssimo e que não devemos patrocinar um aumento ainda maior dos combustíveis”, sustentou.

Na especialidade, o Chega vai apresentar propostas de alteração de aumento das pensões, de IVA zero para os produtos do cabaz alimentar, 

Ventura defendeu igualmente “uma estratégia orçamental para a saúde que não seja só despejar dinheiro ou cortar” e considerou que o Governo “mantém exatamente a mesma estrutura de subsidiodependência que o PS mantinha”. 

Outra crítica do Chega prende-se com o IRS: “Tudo o que o Governo está a anunciar em matéria de IRS, os portugueses vão senti-lo na pele no próximo IRS que fizerem”.

“Vão senti-lo quando tiverem que pagar aquilo que não pagaram nas taxas de retenção ao longo do próximo ano. Portanto, o que se retira deste orçamento é que o orçamento que temos para 2026, sem nenhum âmbito partidário, é estarmos a dar com uma mão e estamos a tirar com a outra às pessoas”, criticou. 

Questionado se o Chega estava mais livre para votar contra uma vez que o PS anunciou que se vai abster e viabilizar o OE2026, André Ventura disse que o partido “não receia nem eleições, nem escrutínio e toma as decisões em consciência, não pensa em votos, não está a pensar se vai ganhar mais ou menos com isso”.

E indicou que o partido “tentou estabelecer contacto com o Governo, que foi intransigente nestas matérias”, pelo que “o Chega não pode ceder nisto”.

Questionado se este sentido de voto vale também para a votação final global, André Ventura indicou que o Chega faz “as coisas passo a passo”.

“Vamos ver agora o que é que acontece na especialidade”, afirmou.

“Em política não há nem cartões gerais, nem decisões sem atenção ao detalhe e à negociação. O Chega é um partido que leva a sério a negociação, que leva a sério o voto dos portugueses, que não vende, mas também não bloqueia. O Chega está a negociar as coisas seriamente, como aconteceu com a nacionalidade, como aconteceu com a lei de estrangeiros, como aconteceu com o IRS, o Chega leva a sério isto”, salientou.

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