Saúde

Oposição responsabiliza Governo pela “catástrofe” no SNS. PS rejeita que resposta seja o privado

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 11-10-2023

A oposição responsabilizou hoje o Governo pela situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que o PSD classificou como “uma catástrofe”, com o PS a defender que a resposta não pode ser trazer os privados para dentro do sistema.

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“Como vai resolver a trapalhada, a situação catastrófica em que mergulharam o SNS? Como ficam os portugueses?”, questionou o vice-presidente da bancada do PSD Miguel Santos, no arranque do debate de urgência requerido pelo PSD sobre os problemas registados no Serviço Nacional de Saúde nas últimas semanas.

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Vários hospitais do país estão a enfrentar dificuldades em garantir escalas completas das equipas, sobretudo para os serviços de urgência, devido à recusa dos médicos a fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais previstas na lei.

O deputado do PSD Miguel Santos criticou o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, presente no debate, “por não se comprometer com prazos ou soluções” e acusou o primeiro-ministro, António Costa, de “não estar nem aí”.

“E os portugueses como ficam? Têm de se desenrascar, quem tem seguro de saúde sempre se desenrasca, quem não tem fica sem acesso a serviços de saúde”, criticou, questionando como pode a recusa de 10% dos médicos “colocar em modo catastrófico todo o sistema”,

Na resposta, o vice-presidente da bancada do PS Luís Soares quis saber se a solução do PSD é a que foi defendida pelo seu presidente, Luís Montenegro, numa recente entrevista.

“Continua a ser trazer para dentro do SNS o setor privado? Se for essa a resposta, tem da parte do PS clara rejeição. Nós não negamos os problemas, mas nós não desistimos do SNS”, afirmou.

PCP e BE apelaram ao Governo para que não procure culpar os profissionais de saúde, lembrando que muitos já têm centenas de horas cumpridas.

“Porque é que o Governo resiste em resolver o problema da falta de médicos no serviço de urgência? Porque está à espera do colapso, o colapso que PSD, Chega e IL estão desertos, que os abutres económicos privados estão à espera para abocanhar os privados”, criticou João Dias.

Já Isabel Pires, do BE, acusou Manuel Pizarro de se “esconder atrás do diretor executivo” do SNS e de “sacudir sempre a água do capote”, e avisou que “o encerramento planeado das urgências não pode ser a solução”.

À direita, o deputado do Chega Pedro Frazão disse que “há portugueses a morrer no SNS por falta de atendimento” e deu razão às reivindicações dos profissionais de saúde, salientando que cumpriram mais de 4,3 milhões de horas extraordinárias.

Pela IL, a deputada Joana Cordeiro concordou que não é possível ter um SNS “assente na boa vontade dos profissionais de saúde” e acusou o Governo de apenas tentar resolver o problema com “medidas avulsas ou pontuais” e não ter “uma visão de futuro” sobre o tema, crítica que estendeu também ao PSD.

Já o deputado único do Livre, Rui Tavares, considerou que “o SNS está em competição com os privados”, ao nível dos pacientes e dos profissionais, pedindo uma alteração à lei que permita que o SNS tenha acesso a toda a informação relativa ao setor privado na saúde.

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