Coimbra

Oposição preocupada com redução de postos de trabalho na Câmara de Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 22-12-2025

Vereadores da coligação Juntos Somos Coimbra mostraram-se hoje preocupados com a proposta de mapa de pessoal do município para 2026, que determina a redução de 63 postos de trabalho previstos.

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O mapa de pessoal para 2026, que prevê uma redução de 63 postos de trabalho, foi hoje aprovado com as abstenções de quatro vereadores da coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/IL/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/MPT/Volt), e votos favoráveis dos cinco membros da coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN), da vereadora do Chega e do vereador da IL, que faz parte da Juntos Somos Coimbra.

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A vereadora na oposição Ana Bastos, eleita pela coligação Juntos Somos Coimbra, mostrou alguma preocupação com a proposta, referindo que há uma pressão crescente sobre os serviços municipais, “que não pode ser respondida com a redução de recursos humanos”.

A vereadora alertou em particular para a redução de postos no Departamento de Gestão Urbanística, num contexto de “exigências legais acrescidas”, no Departamento de Espaço Público, onde acredita que a decisão levará a um aumento na “dependência de externalização de serviços”, ou no Departamento de Mobilidade, em que se avizinha uma reestruturação da rede dos transportes urbanos.

A presidente da Câmara, Ana Abrunhosa (PS/Livre/PAN), considerou que o peso do pessoal (22%) nas contas do município “é muito elevado” em Coimbra, afirmando que a redução nos postos previstos é um alinhamento com a filosofia do novo executivo.

“Nem tudo pode ser feito dentro da Câmara”, disse.

O vereador com a pasta dos recursos humanos, Luís Filipe, recordou que há 2.168 funcionários ativos, quando o mapa para 2025 apontava para 2.575 postos de trabalho previstos.

A redução, salientou, é sinalizar um caminho de “redução e ajustamento de despesa” do município.

Já o ex-presidente do município e agora vereador, José Manuel Silva, disse que, apesar de ser necessário melhorar a eficiência dos serviços, há áreas em que são exigidos “mais recursos humanos especializados”.

Já o vereador da IL, Celso Monteiro, mostrou-se satisfeito com a decisão e com o “caminho a ser trilhado”, votando favoravelmente “por coerência ideológica”.

A decisão mereceu também elogios da vereadora do Chega, Maria Lencastre, pela “aposta clara de contenção”.

Na mesma reunião, foi dado conhecimento do Plano Municipal para Integração de Migrantes que identifica dificuldades de acesso a habitação por discriminação, barreiras linguísticas e subutilização de competências dos migrantes do concelho, que são sobretudo jovens, qualificados e recém-chegados.

A vereadora do Chega considerou o documento “muito bem fundamentado”.

Na mesma intervenção, a vereadora alertou ainda para a situação de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), que “passam fome” e que “têm uma situação económica muito complicada”.

Depois da intervenção de Maria Lencastre, o vereador da Iniciativa Liberal deu nota de que “o estrilho e o grito do Chega em Lisboa” é completamente divergente da forma como a vereadora daquele partido aborda a imigração em Coimbra.

“Se calhar, está mesmo na posição certa [junto aos vereadores da coligação liderada pelo PS] e não é uma vereadora do Chega, mas a sexta da coligação Avançar Coimbra. Fico feliz por esta tomada de posição. Fico feliz por finalmente um partido que usa migrantes como bandeira política de ataque tenha aqui uma posição mais moderada. Espero que essa moderação fique para todo o mandato e que a aproximação ao PS seja sempre em prol da cidade”, sublinhou.

Sem possibilidade de Maria Lencastre responder, foi a presidente da Câmara, Ana Abrunhosa, a salientar que a campanha em Coimbra “foi muito civilizada”.

“Nunca ouvi em campanha qualquer ataque da vereadora a migrantes nem uma colagem à posição nacional do partido”, salientou a presidente do município.

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