O colapso parcial de uma torre medieval em obras de renovação no coração de Roma deixou um operário soterrado e feriu três, um deles gravemente , anunciaram as autoridades italianas.
Uma parte da fachada da Torre dei Conti desmoronou-se ao final da manhã, projetando entulho para a rua e levantando uma coluna de poeira no ar.
A torre situa-se numa zona muito turística da capital italiana, perto dos fóruns imperiais e do Coliseu.
PUBLICIDADE
“É uma situação muito complexa para os bombeiros, porque uma pessoa está presa no interior”, declarou o prefeito de Roma, Lamberto Giannini, aos jornalistas.
“Há sinais de que ainda está vivo, mas não sabemos qual é o seu estado”, acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Três outros operários foram retirados do local, um dos quais em estado crítico, disse um porta-voz dos bombeiros.
Outra parte da torre, com cerca de 30 metros de altura, desmoronou duas horas depois, numa nuvem de pó e detritos, constatou uma jornalista da AFP.
Após o primeiro colapso, os bombeiros conseguiram “instalar uma proteção” em redor do homem preso, que não foi atingido pelo segundo desmoronamento, disse Giannini.
Enquanto a poeira ainda estava em suspensão no ar, os bombeiros usaram gruas para alcançar as janelas da torre, enquanto um drone entrava por outra janela para uma inspeção.
“Será uma operação muito longa, porque temos de tentar salvar a pessoa, mas também tentar reduzir os enormes riscos que enfrentam as pessoas que tentam levar a cabo o resgate”, disse o prefeito.
Um operário que estava no edifício no momento do colapso, Ottaviano, 67 anos, explicou à AFP que conseguiu escapar por uma varanda.
“Não era seguro. Eu só quero voltar para casa”, afirmou, com a roupa ainda coberta de pó.
A Torre dei Conti, que remonta ao início do século XIII, está a ser restaurada graças a fundos da União Europeia (UE).
A porta-voz da diplomacia da Rússia, Maria Zakharova, escarneceu de Roma ao relacionar o colapso da torre com o apoio militar à Ucrânia, segundo a agência de notícias italiana ANSA.
“Enquanto o Governo italiano continuar a desperdiçar o dinheiro dos contribuintes [na Ucrânia], a Itália, desde a economia às torres, entrará em colapso total”, escreveu Zakharova nas redes sociais.
“Lembro que, em maio deste ano, o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano informou que o apoio italiano à Ucrânia, incluindo ajuda militar e contribuições pagas através de mecanismos da UE, ascende a aproximadamente 2,5 mil milhões de euros”, acrescentou.
Mandada construir pelo Papa Inocêncio III como residência para a família, a torre foi danificada num terramoto em 1349 e sofreu colapsos subsequentes no século XVII.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE