Operadoras de telecomunicações “funcionam pior que o Siresp”
O regulador do setor das comunicações (Anacom) recebeu notificações de quatro operadoras sobre a existência de problemas nas telecomunicações devido aos incêndios que assolam o país desde domingo, avançou à agência Lusa aquela autoridade.
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Segundo a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), o centro de reporte de falhas das redes e serviços de telecomunicações recebeu, entre domingo e hoje, indicações de quatro operadoras da existência de problemas nas comunicações nas zonas afetadas pelos incêndios florestais.
A Anacom não especifica quais as operadoras que reportaram problemas nas comunicações móveis e fixas, mas NDC constatou que em muitas aldeias não há comunicações fixas ou móveis.
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A obrigação de notificar existe, nomeadamente, a partir do momento em que ocorra uma perturbação que afete pelo menos mil utilizadores por um período igual ou superior a oito horas. Falta saber quem resolve o problemas de comunicações nos territórios de baixa densidade, sobretudo naqueles onde nem sequer há mil pessoas quando mais “mil utilizadores”.
Os operadores também terão que notificar a Anacom sempre que os incidentes afetem a realização de chamadas para o 112.
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Em comunicado, a Vodafone refere que prevê repor até ao final do dia as comunicações móveis e fixas nos distritos de Braga, Guarda, Coimbra, Viseu e Aveiro, os mais afetados por interrupções devido aos incêndios, mas até esta hora há várias “aldeias sem rede”.
Segundo a empresa, as falhas nas comunicações foram provocadas por “cortes de fibra da rede de transporte”, existindo ainda “muitas zonas interditadas que impedem o acesso das equipas técnicas a fim de se perceber o impacto real nas infraestruturas da Vodafone”.
Também a Portugal Telecom tem no terreno 600 técnicos e 17 unidades móveis a trabalhar para restabelecer as comunicações afetadas, mas NDC viu muitos metros de cabo caídos no meio de estradas nacionais.
Segundo a PT, “nos próximos dias e à semelhança do que foi feito nos últimos meses, as equipas da PT irão trabalhar no sentido de garantir o rápido estabelecimento das comunicações a todas as populações”.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo no norte e centro de Portugal, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 36 mortos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
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