Saúde

“Operação simples” deixa homem sem falar, sem andar e com um “saco agarrado ao estômago”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 ano atrás em 26-04-2023

José, de 74 anos, iria regressar ao Brasil com a mulher, Nahir, quando a vida lhes trocou as voltas. Este é um caso que se soma às denúncias de negligência médica no Hospital de Faro pela profissional Diana Pereira.

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Estava tudo planeado para, em maio deste ano, regressar ao país natal quando “uma dor intensa sentida por pelo marido levou-a a procurar ajuda em janeiro. O que parecia uma operação simples transformou-se rapidamente num pesadelo e agora a família sabe que não foi só o acaso”, avança o Correio da Manhã.

A médica interna denunciou este e outros casos à Polícia Judiciária. Esteve presente na operação e defende que “foi a falta de cuidado do médico responsável pela cirurgia que levou à perfuração do intestino. José é um homem mutilado”, pode ler-se. O homem esteve dois meses em coma, “não anda, fala com dificuldade e vive com um saco agarrado ao estômago (ostomia)”, refere. Segundo a companheira, José entrou no hospital com uma inflamação no intestino, do lado direito e saiu com o intestino perfurado do lado esquerdo. Enquanto esteve internado, sofreu pelo menos uma paragem cardíaca, de acordo com a mulher que diz que assistiu a tudo.

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“Disseram-me que o iam transferir para Portimão, mas que era uma operação simples. Deixou de falar e andar e não sabe se alguma vez vai poder reverter o estado em que ficou. Viver com um saco é muito violento do ponto de vista psicológico, é como se a vida dele tivesse parado de repente”, lamenta a mulher.

O médico que está a ser alvo da investigação pode fazer nova operação a José, contudo é rejeitado pelo próprio e pela família. “Perguntei-lhe se não podia ser outro médico. Ele está a ser investigado, não sentimos segurança no trabalho dele. Respondeu-nos de forma arrogante que não. Ou queremos assim, ou não se faz”, conta Nahir.

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Recorde-se que já na semana passada, Diana Pereira foi ouvida no âmbito do inquérito interno aberto no Hospital de Faro. A médica interna já denunciou dezenas de casos de negligência, quer à Polícia Judiciária, quer na unidade hospitalar. Diz que não teve qualquer apoio da unidade de saúde – que pôs em causa a sua saúde mental. 

José não esconde a revolta. Era um homem saudável e sente-se um “inválido”.

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