Crimes

Operação “Safra Justa”! Detido agente da PSP em rede de imigração ilegal com buscas na Figueira da Foz

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 minutos atrás em 25-11-2025

A PSP aguarda informação sobre a indiciação do agente detido na operação policial que desmantelou hoje uma rede criminosa de auxílio à imigração ilegal para avançar com eventuais procedimentos disciplinares, informou a Direção Nacional desta polícia.

Em comunicado, a Direção Nacional da PSP disse ter tido conhecimento da operação da Polícia Judiciária (PJ) denominada “Safra Justa” e da detenção de “um polícia pertencente ao efetivo do Comando Distrital de Beja” entre os 17 detidos.

“A PSP aguarda conhecimento concreto do sucedido, pelo que, assim que tivermos notícia sobre os crimes de que o referido polícia é indiciado, serão desenvolvidos os procedimentos disciplinares adequados e preventivos”, realçou.

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Segundo esta polícia, o agente, que se encontrava desarmado e de baixa prolongada há 14 meses, como a Lusa já tinha noticiado, está detido, à guarda da PSP, em celas de detenção provisória, a aguardar ser presente pela PJ a tribunal.

No comunicado, a PSP repudiou “qualquer conduta, interna ou externa, que constitua uma violação flagrante” dos princípios da instituição, lembrando ser “responsável pela defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e pela proteção da comunidade”.

“Salientamos que já havia sido comunicada pelo Comando Distrital de Beja da PSP ao Ministério Público, em dezembro de 2023, uma denúncia relativamente a suspeitas enquadráveis nos ilícitos criminais agora investigados e combatidos na zona de Beja”, adiantou.

Considerando ser “difícil a prevenção de todas as situações desviantes” no interior da instituição, a PSP prometeu tudo fazer internamente “para as impedir e para garantir o respeito pelos direitos fundamentais, com compromisso, confiança e proximidade com todos os cidadãos”.

“A atuação da PSP baseia-se em valores como a legalidade, imparcialidade, proporcionalidade e respeito pelos direitos humanos”, frisou, assumindo que “o cumprimento dos princípios legais e do integral respeito pelos direitos liberdades e garantias dos cidadãos é uma obrigação dos polícias e da Polícia”.

A Direção Nacional reiterou que repudia “toda e qualquer forma de desrespeito e violação”, insistindo que tudo fará para “as debelar, interna e externamente, e garantir que comportamentos como os agora noticiados sejam uma exceção absoluta”.

A PJ anunciou, em comunicado, ter realizado hoje a operação “Safra Justa”, que permitiu desmantelar uma organização criminosa de auxílio à imigração ilegal que controlava centenas de trabalhadores estrangeiros, a maioria em situação irregular em Portugal.

A operação, que resultou em 17 pessoas detidas, das quais 10 militares da GNR, um elemento da PSP e seis civis, foi realizada através da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da PJ, no âmbito de um inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Uma fonte policial disse à Lusa que os 17 detidos nesta operação da PJ têm entre os 26 e os 60 anos.

No total, segundo a PJ, foi dado cumprimento a cerca de 50 de mandados de busca e 17 mandados de detenção, não só em Beja, mas também em Portalegre, Figueira da Foz e Porto.

Os factos investigados, de acordo com o MP e a PJ, são suscetíveis de integrar a prática dos crimes de auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas, corrupção ativa e passiva, abuso de poder, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Os 17 detidos deverão começar a ser presentes, na quarta-feira à tarde, ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, revelou à Lusa fonte policial, embora ainda não tenha adiantado qualquer hora.

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