Crimes

Operação “Guanacaste”: Cocaína “tropical” vinha escondida em caixas de fruta

Notícias de Coimbra | 1 dia atrás em 12-06-2025

A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, realizou nos últimos meses várias operações policiais, em colaboração com a Guardia Civil de Espanha, a Policia de Control de Drogas da Costa Rica, apoiada pela Europol, que culminaram no desmantelamento de uma organização criminosa que importava toneladas de cocaína escondida em fruta da Costa Rica através de contentores para diferentes pontos da Europa.

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Num quadro de partilha permanente e regular de informações policiais, foi possível identificar vários contentores que chegaram ao porto de Setúbal, no verão de 2024, que poderiam ter sido contaminados na Costa Rica com cloridrato de cocaína. Decorrente da informação apurada, vários desses contentores foram sujeitos a ações de inspeção e verificação pela PJ em articulação com a Autoridade Tributária e Aduaneira, tendo os resultados sido positivos.

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Esse facto permitiu que fossem desenvolvidas e articuladas diversas entregas controladas de contentores para Espanha, resultando na detenção dos destinatários da substância. Mais concretamente, houve cinco casos em que os contentores foram contaminados, resultando num peso total de 731 kg de cloridrato de cocaína apreendidos, pelos quais foram detidas sete pessoas.

Ontem foi lançada a operação “Guanacaste” na Costa Rica, com a finalidade de proceder à detenção de vários elementos desta organização criminosa, visando o seu total desmantelamento.

A investigação foi iniciada na sequência de várias apreensões em portos sul-americanos e europeus, que levaram à identificação da organização criminosa que enviava grandes quantidades de cocaína escondida em contentores marítimos cuja carga declarada era fruta.

Para o efeito, a organização investigada utilizava diferentes portos para introduzir a droga na Europa, como Setúbal (PT), Antuérpia (BG), Roterdão (NL) e o porto de Hamburgo (DE).

Da mesma forma, os responsáveis pelos carregamentos tentavam evitar os controlos aduaneiros, escondendo a droga de diferentes formas, nomeadamente, na estrutura de caixas de cartão, na estrutura de paletes ou em carregamentos de polpa de mandioca congelada e até simulando pedaços de vegetais, introduzindo a substância no seu interior.

Durante a investigação, foram efetuadas 26 apreensões de cloridrato de cocaína, num total de 5.408 kg. Destas, cinco foram em Portugal (731 kg), cinco na Bélgica (840 kg), quatro na Holanda (733 kg), duas na Alemanha (60 kg), quatro em Espanha (1.141 kg) e sete na Costa Rica (1.891 kg).

Foram, ainda, detidas 37 pessoas: sete em Portugal, cinco na Alemanha, 13 em Espanha e 12 na Costa Rica. Duas das pessoas detidas são consideradas alvos de elevado valor para a Europol, tendo uma delas sido detida em Espanha e a outra na Costa Rica.

Por via da análise realizada nas primeiras apreensões, desenvolvida no Centro de Informação Criminal Antidroga do projeto GDIN, foi possível determinar que os responsáveis por todas elas faziam parte de um mesmo grupo criminoso, que operava tanto no continente americano como na Europa, o que permitiu a identificação completa dos elementos da organização, que se encontravam sedeados em Espanha, Portugal e na Costa Rica.

Ao longo da investigação e devido à utilização de diferentes portos europeus para a introdução da droga na Europa, a EUROPOL colaborou com a OTF MERCURY (Operational Task Force), o que permitiu uma troca fluida de informações, bem como uma maior capacidade de análise.

No patamar da troca de informação e no quadro da cooperação policial internacional foi possível identificar, desenvolver e analisar, no âmbito do PROJECTO GDIN, informação sobre a organização criminosa e proceder ao controlo das atividades ilícitas desenvolvidas pela mesma, acompanhando, até ao seu destino final, as remessas de droga e proceder à detenção dos principais responsáveis.

A operação “Guanacaste” foi realizada no âmbito do Projeto GDIN, financiado pela Comissão Europeia e no qual participam a Polícia Judiciária, a Guarda Civil, a Polícia Nacional da Colômbia, a Polícia Nacional do Equador, a Polícia Federal do Brasil, a Polícia de Controle de Drogas do Panamá, a Direção Nacional de Controle de Drogas da República Dominicana e a Polícia de Dubai.

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