Um novo espetáculo de teatro e uma peça de dança vão ser criados nos próximos meses no Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens (EPL-J) no âmbito do projeto “Ópera na Prisão”, anunciou a Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP).
As novas produções surgem na sequência da aprovação de um novo “Pavilhão Mozart”, desenvolvido por “Ópera na Prisão”, que terá suporte do programa Centro 2030, no quadro da categoria “Inclusão pela cultura”, anunciou aquela instituição de Leiria em comunicado.
Esta nova temporada de “Pavilhão Mozart” terá 12 meses de duração e dá continuidade ao trabalho realizado em intervenções anteriores, visando “fortalecer a autoestima, o autocontrolo, a formação cívica e a aquisição de competências sociais e artísticas dos participantes, preparando-os ativamente para a vida pós-reclusão”.
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Segundo o coordenador de “Pavilhão Mozart”, David Ramy, o modelo proposto para a nova temporada visa “replicar e amadurecer uma abordagem inclusiva que envolve reclusos, suas famílias e técnicos prisionais em atividades artísticas conjuntas, criando um ambiente propício para a construção de novas oportunidades”.
Nos próximos meses serão produzidas duas novas criações: uma peça de teatro, coordenada pela atriz e encenadora Sofia Neves, a estrear na última semana de janeiro de 2026, e um espetáculo de dança, com direção da bailarina e coreógrafa Sandra Ramy, que será apresentado na segunda semana de julho do próximo ano.
“Ópera na Prisão” é desenvolvido pela SAMP desde 2004, primeiro no Estabelecimento Prisional de Leiria, tendo, em 2014, entrado pela primeira vez na prisão destinada a jovens. O objetivo é contribuir para a reabilitação e a reinserção de ex-reclusos na sociedade através das artes performativas.
“A aprovação pelo Centro 2030 reconhece a importância de encarar a reinserção de ex-reclusos como uma oportunidade”, realçou a SAMP na nota divulgada.
“Pavilhão Mozart” é “uma solução testada para uma reintegração positiva e duradoura, garantindo que estes indivíduos, ao serem devidamente integrados, deixem de cometer crimes e possam contribuir positivamente para a comunidade”.
O EPL-J destina-se ao internamento de reclusos jovens adultos dos 16 aos 21 anos, com possibilidade de permanência até aos 25 anos, segundo o sítio na internet da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
De acordo com informação da SAMP, dos 201 reclusos atualmente no EPL-J, 106 são jovens presos preventivos e 95 condenados.
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