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ONU lança programa para aumentar participação das mulheres nas eleições em Timor-Leste

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 11-10-2021

As Nações Unidas lançaram hoje, com o apoio do Governo japonês, um programa que visa aumentar a participação das mulheres nas eleições em Timor-Leste, avaliado em cerca de 100.000 dólares (86 mil euros), anunciaram em comunicado.

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“Com o generoso apoio do Governo do Japão, através do Projeto covid-19 Eleições Resilientes em Timor-Leste (CORE-TL), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Género e o Empoderamento das Mulheres (UN Women) lançaram a parceria de 100.000 dólares para aumentar a participação e representação das mulheres nas eleições em Timor-Leste”, anunciam as duas entidades das Nações Unidas, na nota conjunta divulgada hoje.

O lançamento desta parceria PNUD-UN Women’s, que decorre até 28 de fevereiro de 2022, foi assinalado hoje, num evento em que foi feita a assinatura virtual do documento.

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“Esta parceria visa promover a participação igualitária e inclusiva nas próximas eleições, a nível nacional, municipal e de suco”, adianta-se na nota.

Assim, o PNUD e a UN Women vão trabalhar conjuntamente para promover a igualdade de direitos de mulheres e homens na participação política, através dos meios de comunicação social e canais locais, e promover normas de igualdade de género e uma atitude transformadora, no sentido de uma participação igualitária nas próximas eleições no país, explica.

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“A representação e participação das mulheres na política é um pré-requisito fundamental para a igualdade de género e governação democrática. Apesar do notável progresso na promoção da participação das mulheres na política a nível nacional nos últimos anos, Timor-Leste ainda enfrenta muitos desafios, tais como estereótipo e preconceitos de género profundamente enraizados, normas sociais e culturais injustas, falta de apoio familiar e comunitário, acesso limitado à rede política e nenhum apoio adequado no desenvolvimento de competências e capacidades”, afirma Munkhtuya Altangerel, representante do PNUD naquele país, citada no comunicado.

Além disso, “a pandemia da covid-19 tem sido, e continua a ser, uma crise global indiscutível, com consequências socioeconómicas evidentes e riscos para a saúde pública, especialmente para as mulheres”, acrescenta.

Assim, a prossecução de umas eleições resistentes num contexto de pandemia em “Timor-Leste é ainda mais crítica, não só para garantir a segurança pública durante os processos democráticos críticos, mas também para reforçar a voz das mulheres e dos grupos marginalizados em posições de tomada de decisão, no momento da recuperação” disse Munkhtuya Altangerel.

A UN Women lançará um programa de formação de liderança em Díli e outros municípios para reforçar a liderança, comunicação, criação de redes e advocacia para líderes atuais e aspirantes a isso, de diversas origens, incluindo mulheres com deficiência.

Esta formação procura aumentar a capacidade e os conhecimentos dos participantes com o objetivo de promover “a igualdade de género e o empoderamento das mulheres e reforçar a utilização de princípios e práticas de liderança que respondam às questões de género e transformadoras”, adianta-se na nota.

O reforço da participação e representação das mulheres na tomada de decisões públicas contribui para ampliar as vozes das mulheres, centrar as necessidades e aspirações das mulheres e melhorar a capacidade de resposta das estruturas de governação em termos de género. Promover a participação e representação das mulheres na política, tanto a nível nacional como subnacional, é central para o mandato da ONU, adianta.

Para a chefe da representação da ONU Mulheres Timor-Leste, Nishtha Satyam, o país “fez grandes progressos na promoção da participação das mulheres na política a nível nacional nos últimos anos. Em 2020, 38% dos lugares no Parlamento Nacional foram ocupados por mulheres que estão acima da média regional (19%) e da média global (26%)”.

“Ao celebrarmos estas conquistas, devemos também reconhecer a sub-representação das mulheres noutros cargos de decisão, a nível nacional. Ao nível dos sucos, apenas 21 mulheres (4%) foram eleitas como chefe de suco em 2016”, alertou.

Pelo que “os preconceitos de género profundamente enraizados, a falta de apoio familiar e comunitário, o acesso limitado à rede política e as oportunidades limitadas para desenvolver e aperfeiçoar as suas competências, têm muitas vezes atrasado as mulheres. A UN Women está empenhada em preencher algumas destas lacunas para permitir uma participação e representação mais significativa das mulheres nas próximas eleições em Timor-Leste”, concluiu.

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