Polícias

ONU diz que falta de dados dificulta luta contra “racismo sistémico” na polícia

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 04-10-2022

A falta de dados em muitos países sobre a “raça ou etnia” dos detidos ou mortos pela polícia é um grande obstáculo para combater o “racismo sistémico”, refere esta segunda-feira um relatório de especialistas das Nações Unidas.

PUBLICIDADE

Existe uma “necessidade crítica de recolher, analisar, usar e publicar dados por raça ou etnia”, realçou Yvonne Mokgoro, ex-juíza sul-africana, durante a apresentação deste relatório perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Nos Estados Unidos, por exemplo, não existe um sistema centralizado de recolha deste tipo de estatísticas, realçou.

PUBLICIDADE

publicidade

Yvonne Mokgoro sublinhou que, embora a recolha de dados não acabe por si só com o racismo, é “um primeiro passo essencial para destacar a extensão do racismo sistémico contra africanos e afrodescendentes e as suas manifestações na polícia e no sistema de justiça”.

“É essencial que o racismo sistémico, incluindo nas suas dimensões estruturais e institucionais, se torne visível”, realçou.

PUBLICIDADE

A ex-juíza sul-africana é a presidente do “Mecanismo Internacional de Peritos Independentes para Promover a Justiça Racial e a Igualdade no Policiamento”, que tem outros dois membros.

Este mecanismo foi criado em 2021 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, após o assassinato nos Estados Unidos de George Floyd, um afro-americano desarmado, por um polícia branco.

Já Collette Flanagan, que fundou a Mães Contra a Brutalidade Policial (MAPB, em inglês) depois do seu filho, Clinton Allen, ter sido morto pela polícia no Texas em 2013, sublinhou ao conselho que o seu caso era emblemático da “atual crise no policiamento nos estados”.

O seu filho também estava desarmado, mas o polícia branco que disparou sete vezes, entendeu que Clinton Allen “era uma ameaça” e “escapou da responsabilidade criminal e civil por esta morte”, acrescentou.

Num relatório separado divulgado esta segunda-feira, A alta-comissária interina das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Nada al-Nashif, detalhou sete casos recentes de mortes relacionadas com a polícia nos Estados Unidos, França, Brasil, Reino Unido e Colômbia, especificando que em cada um destes casos “as famílias estão sempre à procura da verdade (e) justiça”.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE