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Obra de Picasso desaparece em viagem de 400 quilómetros entre Madrid e Granada

Notícias de Coimbra com Lusa | 12 minutos atrás em 16-10-2025

Um quadro de Pablo Picasso avaliado em 600 mil euros desapareceu no transporte entre a casa do dono, em Madrid, e o local de uma exposição em Granada, confirmaram hoje a polícia espanhola e a Fundação CajaGranada.

O desaparecimento de “Nature morte à la guitare” (“Natureza morta com guitarra”), uma obra de 1919 do espanhol Pablo Picasso, com apenas 12,7 centímetros de altura e 9,8 de largura, foi denunciada à polícia nacional espanhola em 10 de outubro passado pela Fundação CajaGranada.

Esta instituição explicou hoje num comunicado que uma empresa especializada no transporte de obras de arte lhe entregou em 03 de outubro, no Centro Cultural CajaGranada, mais de meia centena de quadros com diversas origens levados desde Madrid para serem integrados na exposição “Natureza morta. A eternidade do inerte”.

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Sempre segundo o mesmo comunicado, as obras entregues ficaram depositadas num espaço da fundação, com videovigilância permanente, até ao dia 06 de outubro, quando foram desembaladas e os responsáveis pela instituição e pela exposição verificaram que faltava um quadro, “Nature morte à la guitarre”, apesar de constar das guias de transporte.

Ao chegarem à fundação, as obras foram retiradas da carrinha que as transportou e metidas num monta-cargas, de onde foram retiradas, noutro andar, já num espaço com videovigilância, e depois depositadas na sala onde ficaram até serem desembaladas, onde também há câmaras em permanência, disse a CajaGranada.

A fundação revelou que “nem todas as embalagens estavam devidamente numeradas” à chegada e por isso “não foi possível fazer uma verificação exaustiva sem desembalar”, pelo que as guias de transporte foram assinadas “pendentes da desembalagem na segunda-feira”, dia 06 de outubro.

Fontes da investigação do caso citadas por vários meios de comunicação social locais revelaram hoje que a viagem de cerca de 400 quilómetros entre Madrid e Granada, no sul de Espanha, para transportar as obras (57, à partida) levou dois dias a concluir, sendo este um dos aspetos em que se está a focar a investigação.

Os quadros foram transportados numa carrinha em que seguiam duas pessoas. Após a saída de Madrid, pararam a cerca de 27 quilómetros do destino, onde dormiram, num pequeno hotel, com as duas pessoas a, alegadamente, fazerem turnos para vigiar a carrinha, disseram as fontes policiais citadas pela imprensa espanhola.

As viagens por estrada para levar obras de arte obedecem a várias regras de acondicionamento e exigem velocidades lentas na condução, para não danificar as peças, como lembram alguns peritos neste tipo de transporte citados também pela imprensa espanhola hoje.

A identidade do proprietário de “Nature morte à la guitare” não foi até agora revelada. Sabe-se apenas que é um colecionador particular que adquiriu o quadro de Picasso há alguns anos por 60.000 euros e que o mantinha numa residência em Madrid, de onde foi levado em 25 de setembro, por uma empresa especializada no transporte de obras de arte, com o objetivo ser integrada na exposição de Granada.

Segundo a Fundação CajaGranada, a obra foi agora avaliada para efeitos de seguro num valor de 600 mil euros.

A exposição “Natureza Morta. A eternidade do inerte” foi inaugurada pelo Centro Cultural CajaGranada como previsto, no passado dia 09 de outubro, e integra obras de Juan Gris, María Blanchard, René Magritte e Fernando Botero, entre outras, que viajaram na carrinha que saiu de Madrid em 02 de outubro rumo a Granada e que alegadamente também levava o quadro desaparecido de Picasso.

A polícia espanhola disse hoje que a investigação está em curso e que até agora não houve detenções.

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