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O que é o ‘aceleracionismo’ e o que defendem os ‘aceleracionistas’
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As notícias sobre este grupo ou grupos têm sido mais frequentes nos Estados Unidos do que na Europa.
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Nos Estados Unidos, há grupos de extrema-direita, que, pelo que foi revelado pelo jornal britânico The Guardian, pretenderiam usar a pandemia de covid-19, que já matou milhares de norte-americanos, para “espalhar o caos”, cometer “atos de violência”, causar o colapso para “construir” uma “nova sociedade”, baseada na supremacia branca.
E a revista The Economist caracterizou, na semana passada, as manifestações contra o confinamento em 30 dos 50 Estados norte-americanos em que os ‘aceleracionistas’ têm tido parte ativa.
Acreditam estes ativistas que está iminente um “boogaloo”, uma insurreição armada contra o Governo de Washington e uma “corrida às armas”, ou ambas, segundo a edição de 23 de maio da revista, que é preciso combater.
O termo, “boogaloo”, teve uma inspiração, tortuosa, para The Economist, no filme de 1984 sobre ‘breakdance’, “Breakin’2: Electric Boogaloo”.
Sobre os ‘aceleracionistas’, o jornal The Guardian, em 2017, caracterizou-os pela defesa de que a tecnologia, a informática e o capitalismo devem ser “acelerados e intensificados”, até se criar um caos, e a tese ou tendência tem vindo a ser adotado por grupos de extrema-direita e nazis.
E num relatório de janeiro deste ano, Observatório da Violência e Terrorismo, de Espanha, assinalou que vários atos violentos de cariz neonazi, de “tendências aceleracionistas”, que defendem a “violência para causar caos na sociedade e acelerar o derrube da ordem existente”.
Esta tática ou ideologia, segundo o observatório, está associada à extrema-direita, mas também tem sido usada, ao longo da história, por outros grupos, marxistas e anarquistas.
É uma “mistura estranha” entre conceitos de neonazismo e marxismo, definiu The Economist, que defende que as contradições das ordens económica e política vão causar um colapso sobre o qual ou o capitalismo surgirá ampliado ou aparecerá uma “nova ordem”.
E olham a pandemia de covid-19, que fez milhares de mortos como uma prova do ‘aceleracionismo’ e uma oportunidade de por o sistema à prova, encorajando os seus seguidores a “acelerar” os acontecimentos, “uma ideia pedida emprestada a Lenine”, segundo The Economist, e à sua tese quanto à aceleração da história.
O relatório de 2019 do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República (CFSIRP), divulgado em 04 de maio, avisa para os riscos de “extremismos violentos” de grupos conotados com a “supremacia branca” e radicais do chamado ‘aceleracionismo’, uma “tendência externa” que “vai ganhando evidência”, mas não dá indicações sobre a dimensão do fenómeno em Portugal.
O presidente deste conselho, Abílio Morgado, afirmou à Lusa que não existem, por enquanto, indícios da presença em Portugal destes grupos, mas alertou que há “uma base de extrema-direita” que pode ser a base para a “entrada” das ideias ‘aceleracionistas’ no país.
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