Saúde

O que é a Listeria? Casos aumentam e estão a gerar preocupação

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 41 minutos atrás em 10-12-2025

A Europa registou mais de 6.500 surtos de origem alimentar em 2024, um aumento de 14,5% face ao ano anterior, segundo um novo relatório conjunto do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).

A bactéria Listeria monocytogenes, responsável por intoxicações alimentares graves e potencialmente mortais, voltou a preocupar autoridades de saúde: foram confirmadas mais de 3.000 infeções, das quais 70% exigiram internamento, e uma em cada 12 foi fatal.

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A Listeria prolifera em ambientes frios e húmidos, podendo resistir mesmo a métodos rigorosos de higienização. Embora rara, a infeção pode ser devastadora, sobretudo para idosos, grávidas e pessoas imunocomprometidas.

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O relatório aponta que até 3% dos alimentos prontos a consumir apresentam níveis de contaminação acima dos limites de segurança da UE. Enchidos fermentados surgem como os produtos mais frequentemente contaminados.

Para Ole Heuer, do ECDC, “a contaminação por Listeria, apesar de rara, pode causar doença grave, o que a torna uma das ameaças alimentares mais sérias que monitorizamos”.

A análise abrange infeções por Listeria, Salmonella, Campylobacter, E. coli STEC e outras bactérias na UE, Reino Unido e países associados.

A chamada “tendência ascendente” nos surtos alimentares resulta, segundo o relatório, de vários fatores combinados: maior consumo de refeições prontas a consumir; práticas inadequadas de higiene no manuseamento de alimentos; e envelhecimento demográfico, que aumenta o número de pessoas vulneráveis a infeções graves, como consta na EuroNews.

Em 2024, legumes e outros produtos não animais estiveram ligados ao maior número de mortes em surtos com origem comprovada. Entretanto, a Salmonella foi responsável pela maioria dos surtos transnacionais, frequentemente associados a ovos e derivados.

As agências alertam ainda para o “aumento significativo” da Salmonella nas explorações avícolas na última década. Apenas 14 Estados-membros cumpriram totalmente as metas de redução definidas pela UE.

Para reduzir o risco de infeções, o ECDC e a EFSA reforçam várias medidas simples mas eficazes: manter o frigorífico a 5 ºC ou menos; consumir refeições prontas antes da data-limite; cozinhar bem a carne; separar alimentos crus de cozinhados e lavar mãos, utensílios e superfícies após contacto com alimentos crus.

Os especialistas avisam ainda que grupos vulneráveis — como idosos, grávidas e pessoas imunodeprimidas — devem evitar alimentos considerados de maior risco, como refeições prontas, leite cru e queijos moles não pasteurizados.

“Proteger estes grupos exige vigilância robusta, produção alimentar segura e cuidados essenciais em casa”, conclui Heuer.

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